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TV alugada vira centro de dados de torcedores
DA REPORTAGEM LOCAL
A F-1 jogou luz no ponto cego
dos circuitos. Pela primeira
vez, o público do GP Brasil tem
à disposição um serviço que
traz, no autódromo, todas as informações das transmissões televisivas, a Kangaroo TV.
Uma das maiores dificuldades de quem acompanha um
GP no autódromo é ter a exata
noção do que acontece na pista.
Em geral, com apenas uma
parte do circuito à vista, o espectador acaba perdido após algumas voltas. Ou então fica dependente de informação do rádio de pilha, que não fornece os
tempos e parciais de todos os
pilotos, nem acrescenta outros
dados mais detalhados sobre o
desenrolar da corrida.
Com a TV portátil, que pode
ser alugada por R$ 150 hoje em
dois pontos de Interlagos ( os
três dias custam R$ 200), esses
problemas acabaram.
Ontem, a Folha levou um
aparelho ao setor G, arquibancada mais popular do circuito.
Um torcedor foi o "piloto de
teste" da Kangaroo TV.
Em sua primeira corrida de
F-1, o comerciante Márcio Karpinski, 35, que viajou de Guarapuava (cidade paranaense a
250 km de Curitiba) para São
Paulo, não apenas aprovou o
aparelho, como virou uma central de informações da corrida
na tribuna.
Sua diversão era narrar os
tempos de volta dos concorrentes ao título e de Felipe
Massa. Além disso, informava
cada troca de posição no treino
livre antes de o sistema oficial
de som do autódromo anunciá-las para os outros torcedores.
"Estou mais rápido que a locução oficial", exaltava-se ele,
que fez questão de tirar foto
com o aparelho em mãos também com sua máquina pessoal.
"Para garantir, caso no jornal
só apareça minha mão", explicou, entusiasmado.
O comerciante logo dominou
o funcionamento do aparelho,
selecionando os pilotos que desejava seguir e alternando a
exibição das imagens disponíveis com telas apresentando os
tempos deles.
Em menos de dez minutos, já
apresentava aos cerca de 20
amigos que viajaram com ele os
recursos do aparelho.
Depois, quis saber mais. "Decerto, o kit vem com um manual de instruções. Tem aí?".
Depois, ao perceber a opção
de ouvir o rádio dos carros, novo pedido: "Tem um fone aí?"
Perto do final do treino, ele
contou que foi orientado por
seus companheiros de viagem,
que já haviam feito a excursão à
capital paulista no ano passado, a comprar um radinho antes de entrar na pista. Não deu
tempo para adquirir o aparelho. Ao menos na primeira sessão de ontem, não fez falta.
No fim do "test drive", quando Karpinski devolveu o aparelho ao repórter, houve uma
proposta de um dos membros
da delegação de Guarapuava.
"Traz essa TV amanhã para eu
testar na corrida, que você vai
beber chope conosco aqui durante toda prova."
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