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Controle de tração se despede hoje da F-1
Mecanismo que impede giro em falso das rodas é banido
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de definir o Mundial de
2007, o GP Brasil de hoje entrará para a história da F-1 como a
última prova do controle de
tração na categoria.
Na próxima temporada, o
mecanismo que previne a rotação em falso das rodas será novamente banido da categoria.
Em 1994, após dois anos de
amplo reinado da Williams, a
primeira equipe a dominar o
engenho, o controle de tração
foi proscrito pela primeira vez,
numa época em que a categoria
chegou a ser comparada a um
grande autorama.
Contudo, depois de uma série de troca de acusações entre
as equipes, que escamoteavam
seu uso, o controle de tração foi
novamente liberado, em 2001.
A expectativa agora é que o
uso disfarçado não volte a
acontecer, apesar de o sistema
de mapeamento eletrônico do
motor possibilitar alguma forma de controle.
Robert Sattler, engenheiro
brasileiro que trabalha na equipe Spyker, explica o porquê: "A
central eletrônica do motor será igual para todos os times".
Sem o controle, os pilotos esperam maior dificuldade, principalmente em piso molhado.
"Haverá mais erros e mais
batidas. Os pilotos serão mais
desafiados. Certamente será
difícil na chuva", aponta o australiano Mark Webber, da Red
Bull. Seu companheiro, David
Coulthard, um dos poucos da
categoria com experiência de
dirigir sem o controle, diz esperar mais trocas de posições
também nas largadas.
As equipes esperam desempenhos menos homogêneos de
seus contratados, o que atribuem ao controle atual.
Sattler exemplifica citando o
fato de os dois pilotos de seu time terem normalmente tempos próximos, apesar de o alemão Adrian Sutil ser mais experimentado e ter resultados
mais expressivos do que o japonês Sakon Yamamoto.
Os brasileiros da categoria
têm experiências distintas de
conduzir um F-1 com ou sem o
mecanismo. Mas concordam
que, após um período de adaptação, pouco deve mudar.
"Já corri com, sem, com novamente... e agora vai ser sem o
controle de tração. Acho que os
pilotos devem se adaptar rapidamente", aposta Rubens Barrichello, da Honda.
O ferrarista Felipe Massa vai
na mesma linha. "Nunca guiei
um carro de F-1 sem controle
de tração. Em outras categorias, sim. E sempre me acostumei bem. Após um período de
adaptação, não será diferente."
Webber chega até a ironizar a
novidade. "Como tudo na F-1,
vai repercutir por um tempo e,
depois, não falarão mais no assunto. Imagino que em janeiro
e fevereiro o fim do controle de
tração será um tema constante.
Depois, vão se acostumar a isso.
Então, cairá no esquecimento."
Enquanto isso não é um fato
corriqueiro na F-1, os times
tentam antecipar a realidade
que enfrentarão em 2008.
Na última terça, enquanto os
holofotes estavam voltados para os boxes de Interlagos, a
Spyker testava o carro sem o
mecanismo em Silverstone.
Antes dessa prova na pista
inglesa, Nelsinho Piquet, piloto
de teste da Renault, também já
fizera sua experiência na categoria sem a ajuda. O brasileiro
testou o carro sem controle de
tração em Jerez de la Frontera
(Espanha), em 19 de setembro. (LUÍS FERRARI)
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