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Promotoria apura outra fraude no Palmeiras
Nota de empresa varejista referente a seguro gera nova linha de investigação
Caso isolado, ocorrido em 2006, não teria relação com denúncia de ex-funcionário da administração Mustafá, segundo Ministério Público
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O suposto esquema de emissão de notas frias que teria lesado o Palmeiras entre 2001 e
2004, como revelou a Folha no
sábado, não é o único apurado
pelo Ministério Público paulista no Parque Antarctica.
Uma nota no valor de R$
76.487,75, emitida em nome do
clube pela Valtec Wicom Comércio e Serviços Ltda, no dia
1º de novembro de 2006, também gerou a suspeita de fraude.
Este novo caso ocorre já na
atual administração, de Affonso Della Monica, presidente do
clube desde janeiro de 2005.
E, mais recente, aparentemente não tem ligação com o
anterior, da época em que
Mustafá Contursi era o mandatário. O mecanismo, porém, seria o mesmo: manutenção de
caixa dois para o pagamento de
conselheiros, oficialmente não
remunerados.
Os promotores ficaram intrigados porque a Valtec firmou
com o clube, em setembro de
2006, contrato de prestação de
serviços de consultoria de seguros. Mas, pelo cadastro nacional de pessoa jurídica, sua
atividade é "comércio varejista
especializado em equipamentos de telefonia e comunicação". O clube ficou de pagar R$
326 mil em quatro parcelas. O
representante do Palmeiras no
contrato é José Cyrillo Jr., então vice do clube. Hoje, ele é diretor administrativo.
Pela investigação preliminar
do órgão, o endereço da empresa, na zona norte de São Paulo,
não bate. A Folha foi ao local e
não encontrou sinal da Valtec.
Ninguém estava na casa.
Uma vizinha, que não quis se
identificar, afirmou que lá vive
uma família e que, em 2004, o
imóvel era ocupado por uma
empresa de contabilidade.
O Ministério Público não localizou Roberto Carlos D" Almeida, que no contrato é procurador da Valtec. A combinação desse fato com o endereço
incorreto e a prestação de um
serviço que não é o do ramo de
atividade da empresa geraram
a suspeita de nota fria.
"O Ministério Público faz
mais diligências para tentar localizar a empresa e o dono.
Queremos saber se ela prestou
o serviço, se ela pode trabalhar
com seguros, de onde veio o dinheiro e para onde foi", disse o
promotor José Carlos Blat.
Um dos responsáveis pelo
caso, ele está licenciado por
motivo de saúde.
Há indícios de que os negócios com a Valtec continuaram
após o prazo previsto pelo contrato. O último pagamento, no
valor de R$ 81.500, estava marcado para 4 de dezembro de
2006. Em fevereiro de 2007,
porém, a Valtec recebeu cheque de R$ 76.486,75.
Também chama atenção o
fato de o contrato, assinado em
2006, só ter sido registrado no
14º Tabelião de Notas no dia 29
de março de 2007.
A Valtec não é a única empresa em nome de D'Almeida.
Ele aparece como um dos donos da Rebecchi Line Comércio Importação Exportação.
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