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"Paulistas" blindam Brasil contra vaias
Seleção tem 12 atletas com boas passagens por times de São Paulo, sendo cinco titulares, nenhum deles ex-corintianos
Presença de ex-são-paulinos servirá para amenizar a ausência de Rogério Ceni, que pode levar a protestos da torcida do Morumbi
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Kaká, três gols nestas eliminatórias, brinca no treino de ontem |
DA REPORTAGEM LOCAL
Principal estádio do futebol
paulista, o Morumbi foi palco
rotineiro para pelo menos 12
dos 22 jogadores da seleção. Esses atletas desfilaram no seu
gramado com camisas de um
dos quatro grandes do Estado.
Tiveram boas passagens e se
tornaram queridos, pelo menos
por fãs de suas equipes.
Assim, jogadores como Kaká,
Mineiro, Robinho, Alex e Vágner Love podem servir como
antídoto para minimizar ou retardar vaias da torcida por uma
má atuação do Brasil, hoje, no
jogo diante do Uruguai.
O time já provocou a impaciência da torcida paulistana,
que arremessou bandeiras em
campo em jogo nas eliminatórias da Copa de 2002. Para esta
partida, novamente, serão distribuídas 50 mil bandeiras.
"É um reencontro com o estádio. Muitos jogadores da seleção atuaram em grandes de São
Paulo", comentou Robinho,
que foi campeão brasileiro de
2002 no estádio. "O torcedor
vai entender a dificuldade do
jogo. Espero que tenham um
pouco de paciência", pediu
Vágner Love, que foi artilheiro
no Palmeiras.
Robinho faz parte do grupo
de ex-santistas, que tem também Alex, Elano e Diego -Kléber ainda está no clube. O Corinthians tem como ex-atletas
Doni e o próprio Kléber -só
que nenhum dos dois é titular.
A tropa de antigos são-paulinos é composta por Mineiro,
Josué, Kaká e Luis Fabiano. Os
dois primeiros foram campeões mundiais pelo clube. O
meia-atacante do Milan deixou
o Morumbi sob protestos da
torcida, mas hoje é candidato a
ser melhor do mundo. E o atacante do Sevilla saiu em alta,
como ídolo dos são-paulinos.
Terão um papel importante:
reduzir a antipatia da torcida
são-paulina pela ausência do
goleiro Rogério Ceni, maior referência do clube e fora das preferências do técnico Dunga.
Ontem, uma torcida organizada são-paulina até ensaiou protesto ao invadir o Morumbi.
"Nós também gostamos de
espetáculo. Ficamos mais felizes, assim como o torcedor.
Não espero de forma alguma
pressão contra o Júlio César",
afirmou Kaká. O goleiro da Inter de Milão se torna o principal candidato aos apupos do
paulista, em especial dos fãs do
São Paulo, por ocupar a posição
de Rogério. Foi formado no
Flamengo e não tem empatia
com o torcedor local, mais
acostumado com seu reserva,
Doni, ex-Corinthians e Santos.
A torcida do São Paulo também pode protagonizar gritos
de apoio ao zagueiro Lugano,
do Uruguai. Há um grupo de fãs
do atleta disposto a ir ao setor
uruguaio do estádio.
Revelado pelo Flamengo, o
zagueiro Juan minimiza o peso
da torcida são-paulina no jogo e
opinou que não haverá gritos
por Rogério, que até pediu que
não fosse aclamado. "No Morumbi, também jogam o Corinthians e o Palmeiras, então não
é só são-paulino", lembrou.
Mas outros atletas admitiram que as preferências clubísticas devem ter alguma influência no comportamento da torcida em relação ao time.
"É claro que o corintiano não
vai gritar o nome de um santista. Mas espero que apóie a seleção", comentou Elano.
A Polícia Militar autorizou a
presença de torcedores com camisas de times na partida, embora desaconselhe as pessoas a
usá-las. Não serão permitidos
itens das uniformizadas.0
(PAULO COBOS E RODRIGO MATTOS)
NA TV - Brasil x Uruguai
Globo e Sportv, ao vivo, às 21h45
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