São Paulo, quarta-feira, 21 de novembro de 2007

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"Paulistas" blindam Brasil contra vaias

Seleção tem 12 atletas com boas passagens por times de São Paulo, sendo cinco titulares, nenhum deles ex-corintianos

Presença de ex-são-paulinos servirá para amenizar a ausência de Rogério Ceni, que pode levar a protestos da torcida do Morumbi


Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Kaká, três gols nestas eliminatórias, brinca no treino de ontem


DA REPORTAGEM LOCAL

Principal estádio do futebol paulista, o Morumbi foi palco rotineiro para pelo menos 12 dos 22 jogadores da seleção. Esses atletas desfilaram no seu gramado com camisas de um dos quatro grandes do Estado. Tiveram boas passagens e se tornaram queridos, pelo menos por fãs de suas equipes.
Assim, jogadores como Kaká, Mineiro, Robinho, Alex e Vágner Love podem servir como antídoto para minimizar ou retardar vaias da torcida por uma má atuação do Brasil, hoje, no jogo diante do Uruguai.
O time já provocou a impaciência da torcida paulistana, que arremessou bandeiras em campo em jogo nas eliminatórias da Copa de 2002. Para esta partida, novamente, serão distribuídas 50 mil bandeiras.
"É um reencontro com o estádio. Muitos jogadores da seleção atuaram em grandes de São Paulo", comentou Robinho, que foi campeão brasileiro de 2002 no estádio. "O torcedor vai entender a dificuldade do jogo. Espero que tenham um pouco de paciência", pediu Vágner Love, que foi artilheiro no Palmeiras.
Robinho faz parte do grupo de ex-santistas, que tem também Alex, Elano e Diego -Kléber ainda está no clube. O Corinthians tem como ex-atletas Doni e o próprio Kléber -só que nenhum dos dois é titular.
A tropa de antigos são-paulinos é composta por Mineiro, Josué, Kaká e Luis Fabiano. Os dois primeiros foram campeões mundiais pelo clube. O meia-atacante do Milan deixou o Morumbi sob protestos da torcida, mas hoje é candidato a ser melhor do mundo. E o atacante do Sevilla saiu em alta, como ídolo dos são-paulinos.
Terão um papel importante: reduzir a antipatia da torcida são-paulina pela ausência do goleiro Rogério Ceni, maior referência do clube e fora das preferências do técnico Dunga. Ontem, uma torcida organizada são-paulina até ensaiou protesto ao invadir o Morumbi.
"Nós também gostamos de espetáculo. Ficamos mais felizes, assim como o torcedor. Não espero de forma alguma pressão contra o Júlio César", afirmou Kaká. O goleiro da Inter de Milão se torna o principal candidato aos apupos do paulista, em especial dos fãs do São Paulo, por ocupar a posição de Rogério. Foi formado no Flamengo e não tem empatia com o torcedor local, mais acostumado com seu reserva, Doni, ex-Corinthians e Santos.
A torcida do São Paulo também pode protagonizar gritos de apoio ao zagueiro Lugano, do Uruguai. Há um grupo de fãs do atleta disposto a ir ao setor uruguaio do estádio.
Revelado pelo Flamengo, o zagueiro Juan minimiza o peso da torcida são-paulina no jogo e opinou que não haverá gritos por Rogério, que até pediu que não fosse aclamado. "No Morumbi, também jogam o Corinthians e o Palmeiras, então não é só são-paulino", lembrou.
Mas outros atletas admitiram que as preferências clubísticas devem ter alguma influência no comportamento da torcida em relação ao time.
"É claro que o corintiano não vai gritar o nome de um santista. Mas espero que apóie a seleção", comentou Elano.
A Polícia Militar autorizou a presença de torcedores com camisas de times na partida, embora desaconselhe as pessoas a usá-las. Não serão permitidos itens das uniformizadas.0 (PAULO COBOS E RODRIGO MATTOS)


NA TV - Brasil x Uruguai
Globo e Sportv, ao vivo, às 21h45



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