São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 2002

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Apoio à saída do dirigente da CBF é maior entre as pessoas que têm muito interesse por futebol

38% querem Teixeira fora; 30% pedem novo mandato

DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisa Datafolha, em que foram entrevistadas 14.559 pessoas em 365 municípios de todas as unidades da federação, indica que 38% da população acha que Ricardo Teixeira não deveria ganhar um novo mandato como presidente da CBF, enquanto 30% defende que o dirigente continue.
A popularidade de Teixeira é menor entre os entrevistados que disseram ter muito interesse por futebol. Nesse grupo, 58% das pessoas se mostraram contrárias a um novo mandato para o dirigente. Trinta e quatro por cento responderam que são favoráveis a uma possível reeleição de Teixeira, que preside a Confederação Brasileira de Futebol desde 1989. Oito por cento não souberam ou não quiseram responder.
A margem de erro do levantamento, que foi realizado entre os dias 9 e 11 de dezembro, é de dois pontos percentuais.
No ano passado, dias antes de a CPI do Futebol no Senado divulgar seu relatório, que pediria o indiciamento do ex-genro de João Havelange por crimes como o de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, 32% dos entrevistados pelo Datafolha pediam sua renúncia, 30% eram favoráveis ao afastamento enquanto as denúncias fossem investigadas, e 14% defendiam sua permanência no cargo.
Na ocasião, 51% diziam acreditar no envolvimento de Teixeira em casos de corrupção, sendo que apenas 8% o consideravam inocente. Houve ainda 41% que não souberam opinar.
A pesquisa realizada neste mês mostra que, além dos que têm muito interesse por futebol, a popularidade do presidente da confederação cai quando aumenta a escolaridade ou a renda familiar mensal do entrevistado.
Entre os que têm até o primeiro grau, 33% defenderam a permanência de Teixeira, 28% foram contra, e 39% não responderam.
Entre os que têm até o segundo grau, 28% foram pela permanência, e 49%, contra.
Já entre aqueles que têm nível superior, a disparidade aumenta. Sessenta e três por cento disseram que ele não deveria ganhar um novo mandato, enquanto apenas 15% são favoráveis à reeleição.
O grupo que ganha até cinco salários mínimos por mês está dividido. Trinta e dois por cento defenderam Teixeira; 33%, não.
Mas o grupo que ganha mais de dez mínimos por mês não apresenta a mesma divisão. A maioria -65%- quer a saída do presidente no ano que vem, contra apenas 17% que se mostra favorável a um novo mandato.
As maiores taxas dos que dizem que Ricardo Teixeira deve permanecer na presidência da CBF aparecem entre os mais jovens -16 a 24 anos- e os que moram nas regiões Norte ou Centro-Oeste. Nesses grupos, 39% querem um novo mandato para o dirigente.
Aparecem também entre os cearenses e os moradores de Fortaleza -a primeira partida do Brasil depois da conquista do pentacampeonato obtido no Japão foi realizada na cidade.
Já entre os que preferem que o atual presidente da CBF deixe o cargo destacam-se os homens -52%- e os residentes em Santa Catarina -45%.
Também entre eles estão os torcedores do Botafogo -66%. O clube carioca foi um dos quatro rebaixados para a Série B do Campeonato Brasileiro de 2003.
Os torcedores do Vasco, time presidido por Eurico Miranda, foram os que apresentaram a maior taxa -38%- dos que defendem mais um mandato para o dirigente à frente da confederação.


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