Eleição de Messi hoje pela Fifa como o destaque da temporada premiará a política do clube catalão de formar craques

Gigantes espanhóis têm os cinco principais jogadores do ano, mas três deles atuam no campeão mundial, inclusive o argentino que ganhou tudo

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

No ano em que o Real Madrid pagou mais de 160 milhões para reunir o melhor do mundo de 2007 (Kaká) e o de 2008 (Cristiano Ronaldo), o Barcelona colocou três de seus atletas feitos em casa entre os cinco melhores do planeta. E um deles, Messi, pegará pela primeira vez hoje a coroa dada pela Fifa.
O clube catalão faturou seis títulos na temporada, com destaque para o Mundial de Clubes e a Copa dos Campeões, nobres torneios que viram Messi terminar como melhor jogador. Fez gols decisivos nos dois jogos do Mundial, troféu que faltava para o time catalão, e foi o artilheiro maior na badalada Copa dos Campeões.
Kaká e Cristiano Ronaldo trocaram Milan e Manchester United, respectivamente, pelo Real Madrid no meio do ano. Messi está desde 2000 no Barcelona, local em que também foram formados Xavi e Iniesta, os outros dois finalistas deste ano da premiação da Fifa.
Não houve surpresa na eleição nos últimos dois anos, pois sempre acabou premiado o jogador que foi campeão e artilheiro da Copa dos Campeões e que fechou o ano como campeão mundial. Messi fez isso com tanto ou mais brilhantismo que Kaká e Cristiano Ronaldo, pois seu estilo de jogo mais artístico encanta mesmo quando não faz gols ou ganha campeonatos importantes.
Aos 22 anos, Messi entrará para a história como o primeiro jogador argentino a ser oficialmente reconhecido como o melhor jogador do mundo numa temporada. Maradona, com quem Messi é desde garoto comparado, viveu seu auge na década de 80, quando ainda não havia a premiação da Fifa -ela começou em 1991 e já fez cinco brasileiros vencedores.
O triunfo de Messi colocará na história da eleição a América do Sul empatada em vencedores com a Europa (9 a 9), mas o argentino é criticado por alguns conterrâneos por não render tão bem na seleção -é tido como "europeu" ou "espanhol" por vezes na Argentina, de uma forma pejorativa.
A Espanha, como a Argentina, nunca teve um atleta apontado como o melhor do mundo. Até hoje, sete países tiveram um de seus jogadores como o melhor da temporada para a Fifa -o Brasil, líder no quesito, já teve oito premiados.
Hoje, uma brasileira pinta de novo como favorita para ser premiada: Marta. Vencedora na categoria feminina nos últimos três anos, ela concorre com a conterrânea Cristiane, as alemãs Birgit Prinz e Inka Grings e a inglesa Kelly Smith.
Neste ano, a cerimônia de gala, que mais uma vez acontecerá em Zurique, na Suíça, terá como grande novidade a premiação do melhor gol -dez golaços entre julho de 2008 e julho de 2009 concorrem ao "Prêmio Puskas", dentre eles dois marcados por jogadores brasileiros: Grafite e Nilmar.
Será divulgada também pela primeira vez a "seleção do ano" (os 11 melhores da temporada) com base nos votos de mais de 50 mil jogadores via FIFPro, o sindicato mundial de atletas.

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