São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

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Nike quer seleção até 2016, e CBF pede mais dinheiro

Maurício Lima - 8.jul.02/France Presse
Linha de produção da camisa da seleção brasileira da Nike, empresa que pretende renovar a parceria com a CBF por mais 10 anos


Empresa aposta em Copa no Brasil e em Diego e Robinho para renovar contrato por dez anos

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A MADRI

A polêmica sobre a final da Copa de 1998 já passou, a CPI na Câmara também faz parte do passado, e a Nike já pensa em mais dez anos de contrato com a CBF.
Segundo executivos da empresa que participaram de evento de lançamento da nova chuteira da firma na Espanha, os primeiros contatos com a Confederação Brasileira de Futebol para a renovação já começaram a ser feitos.
Iniciada em 1996, a parceria entre a multinacional e a seleção tinha duração prevista de dez anos. "Mas a prioridade para renovar o contrato é nossa", afirmou Henry Molina, diretor de comunicações da empresa para as Américas.
A Folha apurou que, a princípio, a Nike tinha intenção de renovar o acordo por mais quatro anos -até 2010, quando a Copa será na África-, pagando US$ 43 milhões à CBF.
Mas a confederação quer mais dinheiro, especialmente após o penta obtido na Ásia, e a própria Nike já mudou de postura.
Como há grandes chances de a Copa de 2014 ser no Brasil e a multinacional faz questão de ser a fornecedora de material da seleção quando estiver atuando em casa -acha que poderá fazer grandes jogadas de marketing durante o evento-, ela não pensa mais em apenas quatro anos.
Decidiu tentar renovar o contrato por mais dez anos -até 2016, embora não comente sobre os valores envolvidos na negociação. Até porque as conversas ainda estão em estágio inicial.
Pelos dez primeiros anos de contrato, a Nike ficou de dar à CBF US$ 170 milhões, além do fornecimento de material esportivo e do pagamento de parte das despesas com transporte e hospedagem. Dos US$ 170 milhões, US$ 10 milhões foram para a Umbro, cujo contrato com a CBF foi rompido para a entrada da Nike.
Mas, em abril de 2000, as duas partes fizeram alteração de contrato, já que a CBF reconheceu que a seleção dificilmente conseguiria fazer 50 jogos programados para a Nike até 2006. Para cada jogo da multinacional previsto no acordo que não for realizado, a CBF deixa de ganhar US$ 500 mil.
De acordo com Charlie Brooks, gerente de comunicação da Nike para futebol, a empresa pretende fazer forte investimento nos produtos da modalidade nos mercados europeu, americano e asiático. "A seleção brasileira é o grande chamariz para o futebol, é como o "Dream Team" para o basquete, não existe melhor propaganda", comentou Brooks.
No evento que realizou na Espanha, 70% do filme da atuação da Nike no futebol foi dedicado à seleção, especialmente a Diego e Robinho, ambos contratados pela empresa e apresentados como o futuro do futebol mundial.
"O que hoje falam de Ronaldo e Roberto Carlos, amanhã vão estar falando de Diego e Robinho. São craques, carismáticos e vão estourar até a Copa de 2010", disse Bob Coombes, diretor mundial de calçados de futebol da Nike.

O jornalista João Carlos Assumpção viajou a convite da Nike

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