São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

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Itens polêmicos de contrato serão suprimidos

DO ENVIADO A MADRI

Alguns dos itens polêmicos do acordo assinado com a CBF em 1996 e que foram alvos de investigação de CPI na Câmara devem ser retirados de um possível futuro contrato entre as duas partes.
Um deles é o que tirava autonomia da confederação sobre o controle do time de futebol. Pelo item 8.4 do acordo, a Nike poderia escolher o adversário do Brasil em 50 amistosos ao longo dos dez anos de parceria.
A CBF não teria poder de escolha sobre os rivais, mas apenas sobre a data dos jogos. Ainda de acordo com o contrato, estava determinado que, nos jogos organizados pela Nike, deveriam estar presentes oito titulares.
Executivos da empresa consultados pela Folha insistem que a exigência dos oito titulares não passava de algo ""pró-forma", já que quem define os convocados e quem é ou não titular é o técnico, não a Nike. Justamente por isso, não vêem sentido em manter esta cláusula ou outra parecida caso as duas partes decidam pela renovação do contrato.
Outro ponto que já foi modificado do acordo inicial e que não seria mantido é o que diz respeito aos amistosos da Nike. Segundo a empresa, quando assinou o contrato de 1996, o Brasil era campeão mundial, não tinha que disputar as eliminatórias da Copa da França e tinha mais datas disponíveis para disputar amistosos -deveriam ser 50 até 2006.
Mas como agora nem o campeão mundial está livre das eliminatórias -e na América do Sul o sistema passou a ser de todos contra todos, com 18 jogos para cada seleção-, a própria Nike reconhece que os 50 amistosos ficaram completamente inviáveis.
Em caso de renovação, o que a empresa pretende é definir um número mínimo de comerciais por ano para a seleção fazer, a fim de vinculá-los não só no país, mas também no exterior.
Neste ano, por causa da Copa América, que acontece em julho no Peru, e da Eurocopa, que será em Portugal no mês de junho, a Nike prepara uma série de campanhas publicitárias aproveitando a imagem da seleção brasileira e da portuguesa, também patrocinada pela multinacional.
Quer lançar novos produtos ligados ao futebol -além da chuteira, que chegará ao mercado em abril, deve lançar nova bola, camisetas e caneleira. (JCA)


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