São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 2006

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BOXE

Equipe do baiano diz que bolsa pelo título dos penas da FIB, ganho ontem por pontos, foi baixa para lutas desse porte

Cinturão multiplicará ganhos de Sertão

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A MASHANTUCKET

A vitória do brasileiro Valdemir Pereira, o Sertão, 31, sobre o tailandês Fahproakob Rakkiatgym, 30, assegurou que, em seu próximo combate, o pugilista mais do que triplicará a bolsa que recebeu pela disputa do título vago dos penas (limite de 57,1 kg) da FIB.
Pelo combate da madrugada de ontem na costa leste dos EUA, Sertão recebeu US$ 25 mil, valor que ainda seria submetido às deduções de várias taxas, como a do IRS (imposto de renda dos EUA), a da comissão atlética local, a da FIB e as porcentagens do treinador e do manager. Por sua próxima luta, o baiano de Cruz das Almas, Bahia, não embolsará menos que US$ 90 mil (R$ 204 mil).
"Depois de todos os descontos, sobrou muito pouco em se tratando de um título", aponta Servílio de Oliveira, manager de Sertão.
Por disputar um título vago, sem a necessidade de enfrentar um campeão, por força de contrato, Sertão teria garantido no mínimo US$ 40 mil. Porém, como o orçamento da programação na qual ganhou o cinturão era muito enxuto, para viabilizar a disputa do cinturão, o brasileiro concordou em receber em duas prestações: US$ 25 mil agora e US$ 15 mil acrescidos à bolsa que ele ganhará por seu próximo duelo.
"Aceitamos o parcelamento porque ficamos com medo de inviabilizar a disputa do título. Esperamos receber a diferença na próxima luta", justifica Oliveira.
"Quero usar o dinheiro para ajudar minha mãe a sair do aluguel, comprar uma casa para ela. Quero coisas boas para minha mulher e filhos", resume Sertão, que passou fome na infância e optou pelo boxe depois de ter sido vítima de roubo quando vendia sorvetes para ajudar a família.
Como está previsto que Sertão não pode ganhar menos que US$ 75 mil (R$ 170 mil) pela defesa de qualquer um dos quatro principais títulos (CMB, AMB, FIB ou OMB), o total pularia para, no mínimo, US$ 90 mil, não importa contra quem suba ao ringue.
A equipe de Sertão espera agora que uma de suas próximas apresentações seja na HBO ou Showtime, redes norte-americanas de TV por assinatura conhecidas por pagarem as melhores bolsas.
Sertão já afirmou que deseja unificar o cinturão contra qualquer dos outros campeões.
Por suas primeiras lutas com seu atual promotor, Arthur Pelullo, Sertão recebeu US$ 1.000 (R$ 2,27 mil). À Folha, o norte-americano informou que quer conversar com Oliveira e sua equipe nesta semana para discutir os valores das futuras bolsas.


O jornalista Eduardo Ohata viaja a convite da Banner Promotions

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