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BOXE
Equipe do baiano diz que bolsa pelo título dos penas da FIB, ganho ontem por pontos, foi baixa para lutas desse porte
Cinturão multiplicará ganhos de Sertão
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A MASHANTUCKET
A vitória do brasileiro Valdemir
Pereira, o Sertão, 31, sobre o tailandês Fahproakob Rakkiatgym,
30, assegurou que, em seu próximo combate, o pugilista mais do
que triplicará a bolsa que recebeu
pela disputa do título vago dos penas (limite de 57,1 kg) da FIB.
Pelo combate da madrugada de
ontem na costa leste dos EUA,
Sertão recebeu US$ 25 mil, valor
que ainda seria submetido às deduções de várias taxas, como a do
IRS (imposto de renda dos EUA),
a da comissão atlética local, a da
FIB e as porcentagens do treinador e do manager. Por sua próxima luta, o baiano de Cruz das Almas, Bahia, não embolsará menos
que US$ 90 mil (R$ 204 mil).
"Depois de todos os descontos,
sobrou muito pouco em se tratando de um título", aponta Servílio
de Oliveira, manager de Sertão.
Por disputar um título vago,
sem a necessidade de enfrentar
um campeão, por força de contrato, Sertão teria garantido no mínimo US$ 40 mil. Porém, como o
orçamento da programação na
qual ganhou o cinturão era muito
enxuto, para viabilizar a disputa
do cinturão, o brasileiro concordou em receber em duas prestações: US$ 25 mil agora e US$ 15
mil acrescidos à bolsa que ele ganhará por seu próximo duelo.
"Aceitamos o parcelamento
porque ficamos com medo de inviabilizar a disputa do título. Esperamos receber a diferença na
próxima luta", justifica Oliveira.
"Quero usar o dinheiro para
ajudar minha mãe a sair do aluguel, comprar uma casa para ela.
Quero coisas boas para minha
mulher e filhos", resume Sertão,
que passou fome na infância e optou pelo boxe depois de ter sido
vítima de roubo quando vendia
sorvetes para ajudar a família.
Como está previsto que Sertão
não pode ganhar menos que US$
75 mil (R$ 170 mil) pela defesa de
qualquer um dos quatro principais títulos (CMB, AMB, FIB ou
OMB), o total pularia para, no mínimo, US$ 90 mil, não importa
contra quem suba ao ringue.
A equipe de Sertão espera agora
que uma de suas próximas apresentações seja na HBO ou Showtime, redes norte-americanas de
TV por assinatura conhecidas por
pagarem as melhores bolsas.
Sertão já afirmou que deseja
unificar o cinturão contra qualquer dos outros campeões.
Por suas primeiras lutas com
seu atual promotor, Arthur Pelullo, Sertão recebeu US$ 1.000 (R$
2,27 mil). À Folha, o norte-americano informou que quer conversar com Oliveira e sua equipe nesta semana para discutir os valores
das futuras bolsas.
O jornalista Eduardo Ohata viaja a
convite da Banner Promotions
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