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Ora bolas
Ricardo Teixeira volta atrás, dá Brasileiro de 1987 ao Flamengo, debilita Clube dos 13 e reacende disputa pela Taça das Bolinhas, hoje no São Paulo
SÉRGIO RANGEL
DO RIO
Baseado num parecer jurídico feito às pressas, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, oficializou ontem a conquista do Campeonato Brasileiro de 1987 pelo Flamengo.
Assim, ele praticamente tirou a Taça das Bolinhas do
São Paulo e ampliou o racha
na elite do futebol nacional.
Menos de dois meses depois de negar o título ao clube, Teixeira voltou atrás, deu
aos cariocas o campeonato e
enfraqueceu o Clube dos 13,
entidade que reúne os principais times brasileiros.
O recuo da CBF ocorre na
semana em que o C13 divulgará o edital para a concorrência do contrato de exibição do Brasileiro. Globo, Record e Rede TV! disputam os
direitos. Teixeira é favorável
à permanência da Globo. A
Record tem o apoio do presidente do C13, Fábio Koff, que
conta com o são-paulino Juvenal Juvêncio como aliado.
""Este é um dos dias mais
felizes da minha vida. Não
esperava que fosse tão rápido", disse a presidente do
Flamengo, Patrícia Amorim.
Com a decisão de ontem,
Teixeira atinge maioria no
C13. Clube mais popular do
país, o Flamengo era aliado
de Koff e votou nele na última eleição da entidade.
Botafogo, Corinthians,
Cruzeiro, Coritiba, Goiás, Vitória, Vasco e Santos já estavam fechados com Teixeira.
Nos últimos meses, além do
Flamengo, Fluminense, Grêmio e Palmeiras apoiaram os
interesses do cartola no C13.
Com a homologação do
Brasileiro-87, os cariocas garantem, na teoria, a posse da
Taça das Bolinhas, troféu
instituído para ficar em definitivo com o primeiro time
pentacampeão nacional.
Patrícia não escondeu ter
se magoado com Juvenal e
Koff. Segundo a dirigente, o
presidente do C13 se omite
desde o fim do ano passado.
Em dezembro, a CBF homologou uma série de títulos.
Sobre Juvenal, disse que ficou ""desconfortável" com a
festa promovida na semana
passada no Morumbi.
Patrícia não descartou a
possibilidade de deixar o
C13. ""A partir de agora, vamos pensar nos nossos interesses. A vida nos leva a repensar nosso posicionamento. É a lei de ação e reação."
A cartola afirmou ontem
que quer mais poder na discussão dos contratos administrados pelo C13. ""Somos o
clube pagador, mas temos o
mesmo peso do Guarani."
Para obter o parecer da
CBF, os cartolas do Flamengo disseram que o Sport não
pedia na Justiça o reconhecimento exclusivo do título de
campeão brasileiro de 1987.
Pela decisão de ontem, o
Flamengo e o time pernambucano são campeões. ""A
CBF teve a humildade de rever sua antiga posição, o que
não é fácil", disse o advogado Mario Pucheau, representante jurídico do Flamengo.
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