São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2004

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VÔLEI

O drama de Nalbert

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A grande pergunta que ronda hoje o vôlei é: quais serão as condições físicas de Nalbert nos Jogos de Atenas?
A lesão é grave: ele teve rompimento total de um dos tendões do ombro esquerdo. O caminho será a cirurgia, marcada para esta semana. A previsão de recuperação é de quatro a oito meses.
A partir de agora, Nalbert inicia uma corrida contra o tempo. Faltam menos de cinco meses para a Olimpíada. A tendência é que ele siga o caminho de Ana Moser, que antes dos Jogos de Atlanta-1996 sofreu um drama semelhante: uma lesão séria no joelho direito. Contra todas as previsões, ela disputou a competição.
Quando Ana Moser operou o joelho faltavam seis meses para a Olimpíada. A estimativa para a recuperação era de oito meses. Obstinada, ela transformou o que parecia impossível em possível: quatro meses depois da cirurgia, participou da BCV Cup, na Suíça, com 70% da capacidade física.
Nalbert tem um perfil semelhante ao de Ana Moser: é determinado, não quer nem pensar em ficar fora da seleção nos Jogos de Atenas e é o comandante do time em quadra. Bernardinho, que na época era o técnico de Ana Moser na seleção, também vive o mesmo drama agora.
Uma possível perda de Nalbert para Atenas é um abalo e tanto para uma equipe que tem todas as credenciais para chegar ao ouro olímpico. É muito difícil substituir o atacante. Ele é um dos líderes do grupo e mantém, ao lado de Escadinha, a qualidade da defesa e da recepção do time.
O Brasil não tem ponteiros altos, mas supera os bloqueios adversários graças a uma variedade de jogadas superior à de qualquer outra seleção do mundo. Mas para esse esquema funcionar, precisa de uma boa defesa e recepção. E sem Nalbert, a eficiência nesses dois fundamentos cai.
O certo é que até agosto viveremos esse drama. Bernardinho terá mais uma questão para pensar: e se Nalbert não se recuperar totalmente? Será que vale a pena levá-lo mesmo não estando 100%? Em Atlanta, com Ana Moser, acabou dando tudo certo. Agora é torcer para a história mais uma vez se repetir.
Na Superliga feminina, o Macaé perdeu do supertime do Osasco, mas merece a menção honrosa da rodada. Deu um susto no rival, que está invicto há 19 jogos. Levou a decisão para o quinto set. Está certo que foi o pior jogo do Osasco no torneio, mas Macaé teve méritos: sacou muito bem.
Nos outros jogos das quartas-de-final, muita disputa e nenhuma surpresa: os favoritos Minas, Rexona e São Caetano venceram.
No masculino, o destaque foi o Bento Gonçalves, que bateu o Minas no primeiro confronto. Com uma vitória cada um, decidem a vaga nas semifinais, amanhã.
Na última coluna, escrevi que não lembrava de outro técnico de vôlei, além de Antônio Rizola, ex-Minas, que tivesse sido demitido no meio de uma competição. O leitor Rodrigo Alves de Sousa alerta que já aconteceu outro caso: no último Campeonato Paulista masculino, José Paulo Peron foi demitido pelo Náutico.
Valeu, Rodrigo!

Torneio de elite
A seleção brasileira feminina, comandada pelo técnico José Roberto Guimarães, recusou o convite por causa do calendário nacional, mas as principais equipes do mundo já confirmaram a participação na Montreux Vôlei Masters, de 8 a 13 de junho, na Suíça. Já foram definidos os grupos. No A, estão China, Rússia, Cuba e Alemanha. No B, Estados Unidos, Itália, Japão e Polônia.

Os recordes
No vôlei de praia, a dupla Adriana Behar e Shelda pode estabelecer uma nova marca na segunda etapa do Circuito Brasileiro, de 2 a 4 de abril, em Londrina. A dupla, heptacampeã nacional, pode atingir 400 vitórias só nessa competição. Juntas há oito anos, as duas já somam mais de 800 vitórias na carreira e 101 títulos.

E-mail cidasan@uol.com.br


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