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FUTEBOL
Azulou de novo
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
O São Paulo, mais uma vez,
morreu na praia. Assim como no Brasileiro de 2002, o tricolor teve a melhor campanha do
atual Paulista e foi eliminado no
primeiro mata-mata.
A torcida, passional como sempre, não perdoou, chamando os
jogadores de pipoqueiros. Mas é
claro que não é essa a explicação.
Nos dois casos (o Brasileirão-2002 e o Paulista-2004), o São
Paulo chegou ao apogeu antes da
hora e acabou atropelado por
uma equipe que subiu de produção na reta de chegada: o Santos
em 2002, o São Caetano agora.
Pouca gente se deu conta de que
o Azulão vinha num crescendo irresistível. (Eu mesmo "apostei"
no São Paulo como um dos semifinalistas). A vitória de ontem sobre o tricolor foi a quinta seguida
do time de Muricy Ramalho.
O Santos que se cuide, mesmo
porque, ontem no Morumbi, o
São Caetano venceu e convenceu.
Desde o começo, mostrou-se uma
equipe mais compacta e bem armada que o São Paulo. Seus três
zagueiros davam pouco espaço
para Luis Fabiano e Grafite. Ao
mesmo tempo, a formação maleável da equipe permitia uma
rápida passagem para o ataque.
Depois da derrota, alguns jogadores são-paulinos falaram em
"azar" e em "desatenção nas bolas paradas", mas o fato é que o
Azulão teve mais chances reais
para ampliar o marcador do que
o São Paulo para empatar.
No final, o placar de 2 a 0 ficou
até barato. Poderiam ter sido
uma goleada.
Tudo indica que Santos x São
Caetano será um grande jogo,
sem favoritos.
A ausência de Magrão (contundido) quase custou ao Palmeiras
a classificação às semifinais. Até a
expulsão do zagueiro Diguinho,
da Portuguesa Santista, a equipe
de Jair Picerni não estava encontrando meios de reverter o placar,
desfavorável desde os 21 minutos.
No segundo tempo, com mais
espaço para jogar, sobretudo pelo
lado esquerdo, o Palmeiras se serviu da grande mobilidade de Pedrinho (nunca o vi correr tanto) e
de Muñoz para pressionar a Lusinha e virar o jogo.
A intensa vibração de Pedrinho
na comemoração de seu gol chegou a ser comovente. Afinal, ele
havia perdido três grandes chances, cara a cara com o goleiro, e
merecia coroar uma atuação de
muito brio e muita técnica.
Pode-se prever um confronto
duríssimo entre Palmeiras e Paulista, dois times que conquistaram à unha a classificação para a
semifinal, vencendo de virada
seus adversários.
Na vitória suada do Santos sobre o União Barbarense, o que
houve de mais interessante foi o
lance do gol santista. Robinho
mostrou em dois toques por que é
um jogador precioso. Esperto,
roubou a bola do zagueiro adversário e, mais esperto ainda, tocou
de calcanhar para Léo. O lateral,
por sua vez, mostrou por que é
um dos melhores do país: em velocidade, botou na frente e chutou
cruzado, sem apelação.
Estrela apagada
No Rio, quem morreu na praia
foi o Botafogo, que fez o seu papel goleando o Madureira, mas
foi prejudicado pelo empate
entre o Fluminense e o Americano, que acabou se classificando às semifinais, para alegria de
Eduardo "Caixa d'Água" Viana. O tricolor, já classificado
para a próxima fase, não mostrou nem competência nem
vontade para vencer.
Seleção ideal
Concordo quase integralmente
com a seleção brasileira "escalada" por Tostão em sua coluna
de ontem. Só Lúcio e Edmílson
não me convencem. Pelo menos um dos dois -de preferência o primeiro- poderia ser
substituído por Edu Dracena.
Quando Alex, do Santos,
aprender a ser menos afoito,
merecerá a outra vaga.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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