Time dá maior goleada do Estadual desde 1976 e faz torcedor nem sentir ausências de Neymar e Robinho no Pacaembu

André, com 3 gols, Ganso e Madson, com 2 cada um, lideram vitória sobre Ituano e deixam time com melhor ataque e perto da semifinal

Ricardo Nogueira/Folha Imagem

Madson, Arouca, André e Pará, no Pacaembu

LUCAS REIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Neymar e Robinho não jogaram, mas talvez ninguém tenha sentido a falta dos craques.
Pudera, já que o Santos impôs ontem sobre o Ituano a maior goleada registrada pelo Campeonato Paulista desde 1976, quando o Botafogo, com sete gols de Sócrates, aplicou 10 a 0 na Portuguesa Santista diante de 4.430 pessoas.
E, por incrível que possa parecer, a vitória por 9 a 1 foi construída de virada, perante 10.015 torcedores no Pacaembu, resultado que devolveu ao Santos a ponta do Paulista-10 e o aproximou das semifinais.
O triunfo, com requintes de espetáculo, treino e drama para o oponente, ajudou o Santos também a se consolidar como dono do melhor ataque do campeonato -ostenta agora 45 tentos em 15 partidas, contra 38 do vice-líder Santo André.
O fato de o Ituano, com os pentacampeões Juninho Paulista e Roque Júnior, ter aberto o placar a 1min, com João Leonardo, parece ter mexido com os meninos da Vila. E eles deixaram a torcida eufórica.
Liderado por Paulo Henrique Ganso, Madson (substituto de Neymar) e André, o Santos desembestou a fazer gols a partir do 14º minuto de partida.
Foram quatro no primeiro tempo. Os dois primeiros, de cabeça, um deles de André, aproveitando cobrança de falta de Ganso, que foi quem decretou a virada aos 28min, após cruzamento de Marquinhos.
André, depois, fez de perna direita 3 a 1. E Madson, com a perna esquerda, driblando dois adversários, anotou 4 a 1.
Até aí o Santos já tinha feito coreografia, dançado e provocado a expulsão de um rival, o volante Carlos Eduardo. Mas não tinha batido sua marca de gols neste Estadual, já que fizera 5 a 0 no Grêmio Prudente.
No segundo tempo, diante um Robinho eufórico na torcida -gesticulando a cada lance perdido e festejando cada drible dos colegas-, o Santos deu início a um show, tal qual quando enfiou 10 a 0 no Naviraiense, de Mato Grosso do Sul, na Vila Belmiro, pela Copa do Brasil.
Aí voltaram a ser protagonistas Madson, que anotou de fora da área aos 8min, Ganso, que fez o sétimo em chute cruzado dentro da área, e André, autor do último gol da noite.
Ainda brilharam Maikon Leite e Zé Love, este no lance que refletiu a tragédia vivida pelo Ituano, num frango de Saulo, após chute de longe.
O pobre goleiro nem terminou a partida, já que foi expulso após cometer pênalti em Maikon Leite. A penalidade, convertida por André, diante do assustado zagueiro Jean Pablo no gol (ele mal se mexeu), marcou o "grand finale" santista.
A goleada, além de consolidar a liderança do Santos após dois tropeços no Estadual -empate com Portuguesa (1 a 1) e derrota para o Palmeiras (4 a 3)-, ampliou a lua de mel dos torcedores com o time alvinegro. Até mesmo o lateral Pará, sempre criticado, foi ovacionado ontem ao ser substituído.
Agora, o time visita na quinta o Botafogo, o clube que é o dono da goleada de 1976, mas que ontem ficou com gosto amargo ao perder para o Paulista (1 a 0) fora de casa e deixar escapar a chance de entrar no G4 -podia ter superado o Corinthians.
Até lá, esperam a diretoria, o treinador Dorival Jr. e o torcedor que Robinho esteja recuperado de lesão e que Neymar não seja impedido de atuar por quem não entra em campo -será julgado no TJD.


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