São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2010

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

As três faces de Messi

EM OITO DIAS , Messi fez oito gols. Foram três contra o Valencia, dois no Stuttgart, mais três contra o Zaragoza, ontem.
Na quarta, o técnico Guardiola mudou o jeito de escalar o melhor do mundo. Escalou-o como ponta de lança, atrás do centroavante, com liberdade total para cair pelos lados, ser armador ou atacante, dependendo do que o jogo lhe pedisse. Ou melhor, do que Messi ordenasse à partida.
Ontem, três dias depois de ter trucidado o Stuttgart, o Barcelona voltou ao seu usual 4-3-3, com o argentino escalado pelo lado direito. Aos 5min, Pedro cruzou da esquerda e Messi fez 1 a 0. Aí, o jogo esfriou até Messi roubar uma bola no meio de campo, driblar o tcheco Jarosik, humilhar o italiano Contini e fuzilar o goleiro Roberto.
Hoje, ninguém ameaça seu reinado de melhor do mundo, culpa exclusiva de seu talento. Isso à parte, vale citar a sensibilidade do técnico Guardiola, que há um ano diz querer o argentino mais perto do gol. Tentou Messi como centroavante, na final da Copa dos Campeões. Até gol de cabeça ele fez, mas virou prisioneiro dos zagueiros, tão perto estava da grande área.
Messi voltou ao lado direito, ao qual está habituado. Mas o Barcelona de hoje muda de acordo com a partida e atua também num 4-2-3-1, com Messi por dentro, no meio dos pontas e atrás do centroavante, como na quarta-feira, contra o Stuttgart.
Se você preferir outra nomenclatura para o sistema, não há problema. Importante é entender o que Messi é capaz de fazer. À frente do meio de campo, atrás do centroavante, Messi é tudo. Armador, atacante, ponta-direita, ponta-esquerda.
Na seleção argentina, há uma terceira face. Ele joga como atacante, quase ao lado de Higuaín, como na recente vitória por 1 a 0 sobre a Alemanha. Mas se movimentando. Lá, a diferença não é ele, mas o time de Maradona, que ainda não está montado.
Como equipe, o Brasil está mais pronto, contudo não tem individualmente quem esteja jogando tão bem.
A comparação coletiva pode até fustigar Messi na Copa e fazer a Fifa, em dezembro, eleger um mortal como o melhor do mundo. Se for assim, haverá apenas uma explicação: Messi é de outro planeta.



CONSISTÊNCIA
Mano Menezes diz que o Corinthians fica consistente com Ralf e Jucilei de volantes, Elias de meia. É verdade. E que não muda se o meia é Elias ou Tcheco. Isso, o revés de ontem desmente. O time foi na toada de Tcheco e Danilo, diferente do da Libertadores, que está virando titular.



EVOLUÇÃO
Juvenal Juvêncio elogiou o São Paulo que bateu o Nacional só para consertar a crítica anterior. Mas o time tem ganhado cara, com duas linhas de quatro que castigam os meias criativos, mas deixam Cléber Santana sair de volante para ser armador. A equipe está em evolução.


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