|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br
As três faces de Messi
EM OITO DIAS , Messi
fez oito gols. Foram
três contra o Valencia,
dois no Stuttgart, mais três
contra o Zaragoza, ontem.
Na quarta, o técnico Guardiola mudou o jeito de escalar
o melhor do mundo. Escalou-o como ponta de lança, atrás
do centroavante, com liberdade total para cair pelos lados,
ser armador ou atacante, dependendo do que o jogo lhe
pedisse. Ou melhor, do que
Messi ordenasse à partida.
Ontem, três dias depois de
ter trucidado o Stuttgart, o
Barcelona voltou ao seu usual
4-3-3, com o argentino escalado pelo lado direito. Aos
5min, Pedro cruzou da esquerda e Messi fez 1 a 0. Aí, o
jogo esfriou até Messi roubar
uma bola no meio de campo,
driblar o tcheco Jarosik, humilhar o italiano Contini e fuzilar o goleiro Roberto.
Hoje, ninguém ameaça seu
reinado de melhor do mundo,
culpa exclusiva de seu talento.
Isso à parte, vale citar a sensibilidade do técnico Guardiola,
que há um ano diz querer o argentino mais perto do gol.
Tentou Messi como centroavante, na final da Copa dos
Campeões. Até gol de cabeça
ele fez, mas virou prisioneiro
dos zagueiros, tão perto estava da grande área.
Messi voltou ao lado direito, ao qual está habituado.
Mas o Barcelona de hoje muda de acordo com a partida e
atua também num 4-2-3-1,
com Messi por dentro, no
meio dos pontas e atrás do
centroavante, como na quarta-feira, contra o Stuttgart.
Se você preferir outra nomenclatura para o sistema,
não há problema. Importante
é entender o que Messi é
capaz de fazer. À frente do
meio de campo, atrás do centroavante, Messi é tudo. Armador, atacante, ponta-direita, ponta-esquerda.
Na seleção argentina, há
uma terceira face. Ele joga
como atacante, quase ao lado
de Higuaín, como na recente
vitória por 1 a 0 sobre a Alemanha. Mas se movimentando. Lá, a diferença não é ele,
mas o time de Maradona, que
ainda não está montado.
Como equipe, o Brasil está
mais pronto, contudo não tem
individualmente quem esteja
jogando tão bem.
A comparação coletiva pode até fustigar Messi na Copa
e fazer a Fifa, em dezembro,
eleger um mortal como o melhor do mundo. Se for assim,
haverá apenas uma explicação: Messi é de outro planeta.
CONSISTÊNCIA
Mano Menezes diz que o
Corinthians fica consistente
com Ralf e Jucilei de volantes,
Elias de meia. É verdade. E
que não muda se o meia é
Elias ou Tcheco. Isso, o revés
de ontem desmente. O time
foi na toada de Tcheco e Danilo, diferente do da Libertadores, que está virando titular.
EVOLUÇÃO
Juvenal Juvêncio elogiou
o São Paulo que bateu o Nacional só para consertar a
crítica anterior. Mas o time
tem ganhado cara, com duas
linhas de quatro que castigam os meias criativos, mas
deixam Cléber Santana sair
de volante para ser armador.
A equipe está em evolução.
Texto Anterior: Palmeiras: Coro de "burro" não incomoda Antônio Carlos Próximo Texto: Laços políticos comandam África-2010 Índice
|