São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 2005

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AUTOMOBILISMO

Missão de ex-piloto é fazer Sato errar menos

Dirigente na F-1, Gil se transforma em guru do piloto japonês da BAR

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A IMOLA

Bicampeão da antiga Indy, vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, Gil de Ferran, 37, estréia hoje na F-1, do outro lado do balcão, com uma missão especial.
Novo diretor esportivo da BAR, o brasileiro recebeu uma recomendação expressa de Nick Fry, presidente da equipe, e da Honda, dona de 45% do time: entre outras funções, vai ser uma espécie de treinador de Takuma Sato.
O trabalho começa hoje, com os primeiros treinos livres para o GP de San Marino, quarta etapa do Mundial, em Imola, na Itália.
"Takuma está animado com a oportunidade de ser treinado por alguém como o Gil. Ele não conta com muita experiência de corrida. Mas recebendo orientações de alguém que já esteve lá, vai evoluir como piloto", declarou Fry.
Na avaliação da BAR e da Honda, Sato comete muitos erros, e isso vale pontos no Mundial de Construtores. Pior, custa dinheiro: cada ponto proporciona US$ 1 milhão em economia para os times no ano seguinte em ajudas de custo da FOM (holding que controla comercialmente a F-1) no transporte de equipamentos.
Embora já tenha se consagrado como o melhor japonês da categoria, com 39 pontos na carreira contra 16 de Satoru Nakajima, Sato ainda sofre para acompanhar o ritmo de seu companheiro na BAR. No ano passado, foi oitavo colocado no Mundial, com 34 pontos, enquanto Jenson Button ficou em terceiro lugar, atrás apenas da dupla da Ferrari, com 85.
Em comum, Gil e Sato contam com o apoio da Honda. O brasileiro levou seus títulos nos EUA, em 2000 e 2001, empurrado pelo motor japonês. Foi o bastante para que se tornasse cultuado pela montadora, que endossou sua contratação pela BAR.
Já Sato é cria da Honda. Apesar de ter começado tarde no kart, com 20 anos, impressionou a empresa e foi "adotado" por toda a trajetória até a F-1. "Conversei bastante com o Takuma em Paul Ricard, durante os testes", afirmou Gil, em Imola.
"Eu não conhecia os pilotos pessoalmente, mas nestes primeiros dias senti um clima muito bom."
Nas últimas semanas, a BAR disse ter resolvido o problema aerodinâmico que a prejudicou nos primeiros GPs. Sensação em 2004, o time ainda não conseguiu marcar pontos nesta temporada.


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