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fiel da balança
Só tapetão pode tirar jogo final do Parque Antarctica
Enquanto FPF se reúne para definir palco da decisão, TJD vai analisar episódio de gás tóxico no vestiário do São Paulo
Procurador, que tentará concluir processo em uma
semana, diz que punição pode ser perda de mando
ou interdição do estádio
EDUARDO ARRUDA
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os clubes querem jogar em
casa. A Federação Paulista de
Futebol concorda desde que os
laudos estejam em dia. Mas deverá ser o TJD (Tribunal de
Justiça Desportiva) estadual o
fiel da balança na decisão sobre
os mandos de campo para as finais do Paulista-2008.
Após os incidentes ocorridos
na semifinal entre Palmeiras e
São Paulo, anteontem, quando
um gás tóxico foi lançado no
vestiário do visitante, os palmeirenses podem perder o Parque Antarctica para o segundo
jogo da decisão, no dia 4 de
maio, contra a Ponte Preta.
"Vai depender do que for
apurado no inquérito. Se apurar que o Palmeiras foi responsável pelo que ocorreu, será
apenado com o mando de jogo
ou a interdição do estádio",
afirmou Antônio Carlos Meccia, procurador do TJD.
Indagado se haveria tempo
hábil para terminar o processo
até a próxima segunda-feira,
data utilizada para os julgamentos no tribunal, Meccia
preferiu não arriscar.
"Minha idéia é começar amanhã [hoje] o processo. Geralmente "mato" meus processos
em uma semana. Existe um
prazo para a defesa [72 horas].
Vou fazer de tudo para dar tempo", disse o procurador.
Meccia explicou que só o fato
de haver o relato do incidente
na súmula do árbitro Wilson
Luiz Seneme já permite ao tribunal iniciar o processo sem
que haja uma parte reclamante.
Na súmula também foi registrada a queda de energia ocorrida aos 40min da etapa final e
que deixou o clássico paralisado por 16 minutos.
Preocupado, o Palmeiras solicitou ontem à tarde que a polícia fizesse nova perícia no Parque Antarctica.
No dia do clássico, já havia sido feita uma vistoria depois de o São Paulo ter
registrado boletim de ocorrência no Jecrim, juizado utilizado
no estádio. Em seguida, foi instaurado inquérito no 23º DP.
"Como foram levantadas diversas possibilidades, achamos
melhor checar todas essas acusações", declarou o diretor de
futebol Genaro Marino.
"O time mandante tem que
zelar pela segurança no estádio.
De acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, ele
tem que comprovar que não teve culpa, mas pode escapar de
punição desde que comprove
que tomou todas as medidas de
segurança", disse o desembargador Miguel Marques e Silva,
coordenador do Jecrim.
Os finalistas e o Ministério
Público irão se reunir hoje, às
11h30, na sede da FPF.
O presidente da entidade,
Marco Polo Del Nero, não se
opõe à idéia de os times jogarem em seus estádios. "É evidente que cada clube quer jogar
no seu estádio. Se existe um
laudo com todas as especificações técnicas e de segurança liberando o estádio, o clube tem
todo o direito de jogar lá."
Antes das semifinais, os dois
clubes da capital travaram uma
batalha nos bastidores para decidirem onde iriam jogar. Com
o laudo da PM em mãos, o Palmeiras convenceu a FPF, que,
anteriormente, queria os dois
confrontos no Morumbi.
Para o promotor Paulo Castilho, o esquema de segurança
montado no clássico de anteontem possibilita a realização de jogos "em qualquer lugar". Mas ponderou.
"Esse trabalho ocorrerá em
todos os jogos no Parque Antarctica? E o custo de uma operação dessas para o contribuinte? E olha que o estádio de
Campinas tem uma estrutura
ainda pior que a do Parque Antarctica", disse Castilho.
Colaborou MAURÍCIO SIMIONATO, da Agência Folha, em Campinas
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