São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2010

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Rio-16 põe ex-ministro do TCU em sua equipe

Comitê conta agora com ex-presidente de tribunal, órgão que fiscalizará Jogos

Para organizador do evento, experiência de Adylson Motta será importante na prestação de contas, alvo de críticas no Pan do Rio-2007

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016 incluiu em seu conselho fiscal um ex-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União). O organismo governamental será o responsável por verificar o gasto de verbas públicas no evento, como já fez no Pan-2007, realizado na capital fluminense.
Aposentado desde 2006, Adylson Motta foi convidado para um dos três postos no conselho pelo presidente do Rio- -2016, Carlos Arthur Nuzman.
Não o conhecia. Aceitou por considerar uma honra e porque não havia remuneração -só serão pagas despesas de viagem.
"Qualquer coisa que me cause constrangimento, eu saio. Qualquer coisa fora estritamente do aspecto legal, e acho que não teriam essa intenção, eu saio. Sabem do meu procedimento", declarou Motta.
Não há impedimento legal para que um ex-membro do tribunal atue em entidade privada. Motta participava das sessões do tribunal que julgavam parte das ações do Pan do Rio. Aposentou-se antes das conclusões da maioria delas.
Mas não era figura central, já que o relator das ações era o então ministro Marcos Villaça, hoje também aposentado. Existem 13 processos sobre o Pan-2007 no TCU, sendo nove encerrados e quatro em aberto.
"O convite a Adylson Motta se deveu à sua vasta experiência como advogado e ministro do Tribunal de Contas da União. Sua experiência como presidente e integrante do TCU será valiosa durante o processo de prestação de contas do Comitê Rio 2016", justificou-se o comitê, via assessoria.
Segundo Motta, que ficou por sete anos no TCU, sua presença não servirá para aproximar o Rio-2016 dos membros do TCU. Ele se recusa a falar com ex-colegas sobre o assunto. "Sempre fui muito rigoroso com esse negócio de se aposentar e depois trabalhar com alguma coisa relacionada ao órgão que trabalhou. Já recusei uma série de convites porque não quero algo que tenha que trabalhar junto com o TCU. Sou contra tráfico de influência, lobismo", afirmou o ex-ministro.
Como membro do conselho fiscal, ele será o responsável por acompanhar a gestão do comitê e dar parecer sobre as prestações de contas e orçamentos, que serão votados pela assembleia geral.
Ainda poderá fazer denúncias e convocar a assembleia geral caso entenda ser necessário. Motta entende que a atuação do conselho fiscal é limitada. E defendeu que a fiscalização do uso do dinheiro público, de forma mais rigorosa, continuará a ser feita pelo tribunal.
O Comitê também chamou para o conselho fiscal Sérgio Cavalieri Filho, aposentado e ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O outro membro é Selmo Nissembaum, empresário com atuação no mercado financeiro.
Os mandatos dos conselheiros fiscais duram enquanto existir o comitê Rio-2016.


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