|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rio-16 põe ex-ministro do TCU em sua equipe
Comitê conta agora com ex-presidente de tribunal, órgão que fiscalizará Jogos
Para organizador do evento, experiência de Adylson Motta será importante na prestação de contas, alvo de críticas no Pan do Rio-2007
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Comitê Organizador dos
Jogos Rio-2016 incluiu em seu
conselho fiscal um ex-presidente do TCU (Tribunal de
Contas da União). O organismo
governamental será o responsável por verificar o gasto de
verbas públicas no evento, como já fez no Pan-2007, realizado na capital fluminense.
Aposentado desde 2006,
Adylson Motta foi convidado
para um dos três postos no conselho pelo presidente do Rio-
-2016, Carlos Arthur Nuzman.
Não o conhecia. Aceitou por
considerar uma honra e porque
não havia remuneração -só serão pagas despesas de viagem.
"Qualquer coisa que me cause constrangimento, eu saio.
Qualquer coisa fora estritamente do aspecto legal, e acho
que não teriam essa intenção,
eu saio. Sabem do meu procedimento", declarou Motta.
Não há impedimento legal
para que um ex-membro do tribunal atue em entidade privada. Motta participava das sessões do tribunal que julgavam
parte das ações do Pan do Rio.
Aposentou-se antes das conclusões da maioria delas.
Mas não era figura central, já
que o relator das ações era o então ministro Marcos Villaça,
hoje também aposentado.
Existem 13 processos sobre o
Pan-2007 no TCU, sendo nove
encerrados e quatro em aberto.
"O convite a Adylson Motta
se deveu à sua vasta experiência como advogado e ministro
do Tribunal de Contas da
União. Sua experiência como
presidente e integrante do TCU
será valiosa durante o processo
de prestação de contas do Comitê Rio 2016", justificou-se o
comitê, via assessoria.
Segundo Motta, que ficou
por sete anos no TCU, sua presença não servirá para aproximar o Rio-2016 dos membros
do TCU. Ele se recusa a falar
com ex-colegas sobre o assunto. "Sempre fui muito rigoroso
com esse negócio de se aposentar e depois trabalhar com alguma coisa relacionada ao órgão
que trabalhou. Já recusei uma
série de convites porque não
quero algo que tenha que trabalhar junto com o TCU. Sou contra tráfico de influência, lobismo", afirmou o ex-ministro.
Como membro do conselho
fiscal, ele será o responsável
por acompanhar a gestão do comitê e dar parecer sobre as
prestações de contas e orçamentos, que serão votados pela
assembleia geral.
Ainda poderá fazer denúncias e convocar a assembleia geral caso entenda ser necessário.
Motta entende que a atuação
do conselho fiscal é limitada. E
defendeu que a fiscalização do
uso do dinheiro público, de forma mais rigorosa, continuará a
ser feita pelo tribunal.
O Comitê também chamou
para o conselho fiscal Sérgio
Cavalieri Filho, aposentado e
ex-presidente do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro. O outro membro é Selmo Nissembaum, empresário com atuação
no mercado financeiro.
Os mandatos dos conselheiros fiscais duram enquanto
existir o comitê Rio-2016.
Texto Anterior: Na bronca: Herói do jogo reclama ao sair Próximo Texto: Novo conselheiro defende o uso da lei de licitações Índice
|