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AÇÃO
Tubos, tubos e mais tubos
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Em 1996, aos 18 anos, Danilo
Costa esteve muito próximo
de ingressar na elite do surfe.
Iniciou a temporada vencendo
na abertura do WQS no Uruguai,
sua primeira competição no exterior, depois ficou em segundo na
Argentina, foi bem no Brasil e no
Peru, resultados que garantiram
a primeira colocação no ranking
mesmo após a perna australiana.
Em outubro daquele ano, quando o tour voltou ao Brasil, se tivesse sido convidado para o cinco estrelas disputado no Rio e passado
uma única bateria, teria conquistado a sonhada vaga no WCT.
Mas os organizadores preferiram oferecer os wild cards para o
americano Tom Curren e para o
australiano Mark Occhilupo.
Começava uma batalha que
durou seis anos. Nesse período,
chegou a ficar a uma posição da
vaga. Em 2001, quando o circuito
foi interrompido, chegou a ser
anunciado na lista dos classificados, mas a ASP priorizou os atletas que já estavam na elite e voltou atrás. De novo batia na trave.
Seu grande mérito foi não ter
desistido, ao contrário, intensificou os treinos, regrou a alimentação, iniciou na ioga, estudou inglês. Em vez de treinar para as ondas grandes no Havaí, onde o
crowd e a pressão intimidam até
os mais experientes, fez seis temporadas de preparação nas pesadas ondas taitianas.
No ano passado, aos 25 anos,
Danilo conquistou a vaga, a 45ª e
última para a temporada 2003.
Fez sua estréia em Kirra na
Austrália e perdeu de cara. Em
Bells não foi diferente. Até aí nenhuma novidade para um estreante. A novidade veio mesmo
na semana passada no Taiti.
Na onda mais temida do circuito, que não por acaso é a sua favorita e já lhe rendeu cinco capas de
revistas, o paulistano de nascimento e potiguar de criação fez
valer sua estratégia. Teahupoo
quebrou entre seis e dez pés durante o Billabong Pro, e Danilo só
perdeu na semifinal para o campeão da prova, Kelly Slater.
Tubos, tubos e mais tubos, no
caminho que é o mais difícil e
emocionante no surfe, Danilo
não teve moleza. Despachou o
campeão mundial e da prova em
99, Mark Occhilupo, o vencedor
da primeira etapa do ano, Dean
Morrison, além de Damien Hobgood e Kalani Robb. Ganhou o
apelido de "giant killer".
Tivesse enfrentado Taj Burrow
ou Beau Emerton, protagonistas
da outra semifinal, Danilo, com
os 17,67 pontos conquistados (em
20 possíveis), teria garantido com
folga a vaga na final. Mas com
Kelly Slater a história foi outra.
Recordista mundial de títulos e
mordido pela ausência nos pódios
nos últimos três anos, Slater esteve arrasador. Somou um dez e
um 9,43 em suas melhores ondas
e mostrou por que é o melhor surfista da história.
Para Danilo, o terceiro em Teahupoo, num circuito que inclui
Tavarua (Fiji), próxima etapa,
Mundaka (Espanha) e Pipeline
(Havaí), outras ondas tubulares
para a esquerda como ele gosta, é
um enorme incentivo. Como disse
seu colega de equipe e segundo colocado na prova, Taj Burrow: "O
bom resultado aqui me faz crer
que posso obter um bom resultado em qualquer lugar".
Investindo alto
A Onbongo/Local Motion, que, além de promover uma etapa seis estrelas do WQS no Brasil, já conta com dois atletas no WCT, acaba de
contratar Neco Padaratz para reforçar a equipe.
Mundial de longboard
Maresias (SP) recebe nesta semana a OxbowPro, primeira das seis
etapas previstas em 2003. Em julho, o circuito volta ao Brasil, a etapa
será em Saquarema (RJ), e a final será na Nova Zelândia (novembro).
Cinema no micro
O clássico "Endless Summer", de Bruce Brown, está disponível para
ser baixado na internet pelo site movielink.com por US$ 5. Depois
de feito download, o filme fica disponível por 30 dias.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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