São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 2006

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Geninho é salvo por ataque na estréia

Corinthians perdia por 2 a 0, com falhas de Sebá e Edson, na etapa final, mas fez 4 no Vasco em jogo com 5 expulsões

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Geninho apostou na defesa em sua estréia. Ela o traiu. E o ataque o salvou. De forma espetacular, nos 52 minutos de um segundo tempo com seis gols, virou um jogo que estava perdendo por 2 a 0 com atuações determinantes de Carlos Alberto, Rafael Moura e Nilmar.
No final do jogo, revoltados, torcedores do Vasco agrediram jogadores do time paulista. O presidente vascaíno, Eurico Miranda, ameaçou tirar sua equipe de campo após a marcação de um pênalti para o rival.
"Não faltou empenho e, por isso, essa vitória foi maravilhosa", disse Carlos Alberto.
Num jogo de 60 faltas (30 para cada lado), dez cartões distribuídos e cinco expulsões, o antijogo reinou no primeiro tempo. Mas o futebol fez do segundo tempo inesquecível.
A história do jogo, sob a ótica corintiana, pode ser contada sob várias formas. O resumo dela, porém, não deixa dúvidas em relação ao diagnóstico feito por Geninho quando chegou: o ataque funciona, mas a defesa, que ontem atuou com três homens, está longe de transmitir tranqüilidade ao clube, que chegou aos nove pontos no Brasileiro, contra oito do rival.
A partida levantou algumas questões: é possível responsabilizar só Coelho e Betão pela saída da e Libertadores?
Os substitutos dos dois mostraram que não. Depois de um primeiro tempo sem erros defensivos, o setor entrou em pane na etapa final.
Tudo começou numa furada grotesca de Sebá, que mudaria completamente os rumos da partida. Mas falemos disso depois. De volta ao primeiro tempo, o pega, pega, que afundou a gestão de Geninho no Parque São Jorge em 2003, parecia ter voltado da pior maneira, com a expulsão de Xavier, que atingiu um rival aos 18min.
O lance, de certa forma, lembrou o pontapé de Roger no argentino D'Alessandro três anos atrás, que marcou a eliminação corintiana da Libertadores.
No Rio, o time não perdeu a cabeça, os zagueiros estavam seguros em campo, protegidos até por Roger, que atuou como um segundo volante. O Vasco ainda igualou as coisas ao perder um zagueiro, Jorge Luis, no final do primeiro tempo.
Voltemos a falar da furada. O erro do argentino deu ao Vasco o primeiro gol, de Ramon. Pouco depois, Edson falhou no cabeceio ao tirar uma bola e Valdiram fez o segundo. Se fosse a Libertadores, os dois certamente estariam encrencados. O Corinthians se abriu, os dois meias foram à frente. Carlos Alberto, como um ponta direita, iniciou a reação. Em duas jogadas, entortou zagueiros vascaínos e deu dois gols para Rafael Moura, artilheiro corintiano no Nacional, com quatro. Após fazer sua parte, ele foi expulso por se desentender com o vascaíno Fabio Braz.
O melhor ainda estava por vir. Valdiram jogou na trave o terceiro gol carioca. Faltavam 22 minutos. E Nilmar, até então dominado pelos zagueiros rivais, apareceu para decidir.
No primeiro lance, deu drible desconcertante em Eder, mas não passou pelo goleiro Cássio, que o derrubou na área. O pênalti, batido por Carlos Alberto, parou nas mãos do goleiro. O lance, porém, foi invalidado. O goleiro se adiantou.
Carlos Alberto bateu de novo e, desta vez, acertou. Era a virada. Os zagueiros ajoelharam no gramado. Edílson empatou, mas a bola só entrou por tocar em seu braço. Gol anulado.
Geninho rezou. E Nilmar, de novo, decidiu. Recebeu a bola na direita e saiu em velocidade, passou por três adversários, mas não por Cássio, que novamente o derrubou na área. O goleiro foi expulso. Marcelo Mattos bateu e fechou o placar.


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