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Geninho é salvo por ataque na estréia
Corinthians perdia por 2 a 0, com falhas de Sebá e Edson, na etapa final, mas fez 4 no Vasco em jogo com 5 expulsões
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Geninho apostou na defesa
em sua estréia. Ela o traiu. E o
ataque o salvou. De forma espetacular, nos 52 minutos de um
segundo tempo com seis gols,
virou um jogo que estava perdendo por 2 a 0 com atuações
determinantes de Carlos Alberto, Rafael Moura e Nilmar.
No final do jogo, revoltados,
torcedores do Vasco agrediram
jogadores do time paulista. O
presidente vascaíno, Eurico
Miranda, ameaçou tirar sua
equipe de campo após a marcação de um pênalti para o rival.
"Não faltou empenho e, por
isso, essa vitória foi maravilhosa", disse Carlos Alberto.
Num jogo de 60 faltas (30 para cada lado), dez cartões distribuídos e cinco expulsões, o antijogo reinou no primeiro tempo. Mas o futebol fez do segundo tempo inesquecível.
A história do jogo, sob a ótica
corintiana, pode ser contada
sob várias formas. O resumo
dela, porém, não deixa dúvidas
em relação ao diagnóstico feito
por Geninho quando chegou: o
ataque funciona, mas a defesa,
que ontem atuou com três homens, está longe de transmitir
tranqüilidade ao clube, que
chegou aos nove pontos no Brasileiro, contra oito do rival.
A partida levantou algumas
questões: é possível responsabilizar só Coelho e Betão pela
saída da e Libertadores?
Os substitutos dos dois mostraram que não. Depois de um
primeiro tempo sem erros defensivos, o setor entrou em pane na etapa final.
Tudo começou numa furada
grotesca de Sebá, que mudaria
completamente os rumos da
partida. Mas falemos disso depois. De volta ao primeiro tempo, o pega, pega, que afundou a
gestão de Geninho no Parque
São Jorge em 2003, parecia ter
voltado da pior maneira, com a
expulsão de Xavier, que atingiu
um rival aos 18min.
O lance, de certa forma, lembrou o pontapé de Roger no argentino D'Alessandro três anos
atrás, que marcou a eliminação
corintiana da Libertadores.
No Rio, o time não perdeu a
cabeça, os zagueiros estavam
seguros em campo, protegidos
até por Roger, que atuou como
um segundo volante. O Vasco
ainda igualou as coisas ao perder um zagueiro, Jorge Luis, no
final do primeiro tempo.
Voltemos a falar da furada. O
erro do argentino deu ao Vasco
o primeiro gol, de Ramon. Pouco depois, Edson falhou no cabeceio ao tirar uma bola e Valdiram fez o segundo. Se fosse a
Libertadores, os dois certamente estariam encrencados.
O Corinthians se abriu, os dois
meias foram à frente. Carlos Alberto, como um ponta direita,
iniciou a reação. Em duas jogadas, entortou zagueiros vascaínos e deu dois gols para Rafael
Moura, artilheiro corintiano no
Nacional, com quatro. Após fazer sua parte, ele foi expulso
por se desentender com o vascaíno Fabio Braz.
O melhor ainda estava por
vir. Valdiram jogou na trave o
terceiro gol carioca. Faltavam
22 minutos. E Nilmar, até então dominado pelos zagueiros
rivais, apareceu para decidir.
No primeiro lance, deu drible
desconcertante em Eder, mas
não passou pelo goleiro Cássio,
que o derrubou na área. O pênalti, batido por Carlos Alberto,
parou nas mãos do goleiro. O
lance, porém, foi invalidado. O
goleiro se adiantou.
Carlos Alberto bateu de novo
e, desta vez, acertou. Era a virada. Os zagueiros ajoelharam no
gramado. Edílson empatou,
mas a bola só entrou por tocar
em seu braço. Gol anulado.
Geninho rezou. E Nilmar, de
novo, decidiu. Recebeu a bola
na direita e saiu em velocidade,
passou por três adversários,
mas não por Cássio, que novamente o derrubou na área. O
goleiro foi expulso. Marcelo
Mattos bateu e fechou o placar.
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