São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 2006

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Com Tite, Palmeiras deixa a lanterna

Leonardo Wen/Folha Imagem
O atacante Enilton comemora seu primeiro gol no Campeonato Brasileiro, que definiu a vitória do Palmeiras sobre o Santa Cruz


Na estréia do treinador, time alviverde joga mal no Parque Antarctica, mas consegue sua primeira vitória no Brasileiro

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um gol para o Palmeiras aos 5min de um jogo em casa, com a estréia de técnico novo, contra um Santa Cruz penúltimo do Brasileiro, que teve um jogador expulso aos 28min do primeiro tempo. Nem assim foi fácil.
Pelo menos, o 2 a 1 foi o primeiro triunfo do time do Parque Antarctica no campeonato. Com o placar, o Palmeiras passou a incômoda lanterna para o oponente derrotado.
Tanto é que, quando o reserva Enilton completou de cabeça para as redes, aos 34min do segundo tempo, a comemoração foi digna de uma final.
O autor do passe, Michael, recebeu abraços na grama de dois colegas, tal era a sensação de alívio. "Das outras vezes nós fazíamos boas atuações e não conseguíamos sair daqui com a vitória. Desta vez conseguimos", afirmou Michael.
O discurso de Enilton não perdeu o tom: "Graças a Deus tive tranqüilidade. A vitória é de todo mundo, da comissão técnica que passa por um momento difícil", disse o atacante, que entrou no lugar de Washington. "Mesmo entrando para jogar só 20 minutos, a gente sabe da pressão e tenta dar o máximo", completou ele.
Tranqüilidade realmente não era o forte do Palmeiras ontem, mesmo com tantos fatores a seu favor ontem.
Cauteloso, Tite estreou com um meio-campo formado por Wendel, Francis, Correa e Paulo Baier. E, no início, tudo pareceu que se desenrolaria fácil, quando o zagueiro Leonardo Silva fez o primeiro gol do jogo, após cruzamento de Correa. Isso foi aos 5min.
A euforia durou exatos dez minutos, quando o Santa Cruz se aproveitou de erro na saída de bola do lateral-direito palmeirense Ilsinho.
A bola caiu nos pés de Rosembrick, na direita. Ele cortou para dentro, chutou, e Sérgio defendeu parcialmente. Na sobra, Nenê só teve o trabalho de empurrar para o gol vazio.
O time pernambucano, que voltou à elite neste ano, só chegou ao empate porque se tocou rapidamente que o Palmeiras, mesmo com técnico novo, continuava sendo o Palmeiras.
Com erros primários de passe, o time viu Edmundo, pouco inspirado, prender muito a bola e prejudicar a maior parte das jogadas de ataque e Paulo Baier, errático, não organizar as ações no meio. Além disso, não mostrava muita confiança na hora de finalizar na direção da meta de Gilmar.
O goleiro do time recifense trabalhou muito, mas não fez nenhuma grande defesa, já que quase sempre a bola era chutada em cima dele.
"Trabalhei bem, mas infelizmente não consegui evitar a nossa derrota. Como ficamos com um a menos, eles criaram muitas chances", disse Gilmar.
Mesmo limitado, o Santa Cruz suportou bem a pressão, e sua forma de jogar não mudou nem quando perdeu Bruno Lança, expulso aos 28min por ter dado um carrinho por trás em Washington.
No segundo tempo, Tite fez as mudanças que decidiram o jogo. Primeiro, sacou Ilsinho para a entrada de Michael, deslocando Paulo Baier para a lateral. Depois, lançou Muñoz, cujo nome era exigido pela torcida desde cedo, e Enilton nos lugares de Correa e Washington.
O gol veio, mas continuava a atrapalhar o individualismo de Edmundo, que insistia em passar por um ou mais adversários antes de passar a bola.
Quando teve sua chance mais cristalina, já perto do fim do jogo, em jogada pela direita, o atleta chutou por cima, sem perigo para Gilmar.
Com cinco pontos, o Palmeiras volta a jogar na quarta-feira, no Morumbi, onde pega o São Paulo. Neste ano, os rivais já se enfrentaram três vezes, e os palmeirenses se deram mal: duas derrotas e um empate.


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