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FUTEBOL
Meninos, eu vi
Colunista relata suas impressões sobre a primeira final de Copa dos Campeões que acompanha in loco
RODRIGO BUENO
ENVIADO A MOSCOU
UM DIA ESPECIAL , uma coluna
especial. Após mais de uma
década tratando de futebol
internacional aqui na Folha, tive o
prazer de acompanhar a final da
Copa dos Campeões in loco. Sonho
de menino, ambição profissional.
Caso não queira ler sobre minhas
observações em Moscou, sugiro
parar aqui e ler as reportagens da
final neste caderno Esporte, que
meio fecha hoje a sua temporada
mais dedicada à Copa dos Campeões. Que eu saiba, nunca tanto
espaço foi dado e nunca tanto investimento foi feito pelo jornal para o mais badalado interclubes, febre, especialmente entre garotos.
Bom, a final parece um jogo à
parte de tudo, para o bem e para o
mal. Pela TV, é o espetáculo de
sempre, o negócio é para a TV mesmo. Em campo, a sensação é demais, porém outra. Isso ficou mais
latente ontem, penso, por se tratar
de um duelo de times ingleses em
Moscou. Imagine dois clubes cariocas jogando para decidir o Brasileiro no Nordeste. Haveria grande
envolvimento local, claro. Mas e
um Fla-Flu do século, único, valendo a Libertadores na Venezuela?
Uefa e Moscou se pintaram de
vermelho e azul (cores da decisão),
espalharam banners e bandeiras,
agitaram a praça Vermelha com a
estrutura que veio ao Brasil com o
troféu oficial, mas os russos não se
entusiasmaram. E olha que o Chelsea é bem popular aqui, e o Manchester é o Manchester (Real é
Real, Boca é Boca, há times que não
pedem explicação). Estava até
quente em Moscou, mas senti frio.
Dois jogos, um na casa de cada time, tornariam o ambiente local
mais quente, mas aí a proposta global do torneio, o marketing em torno da Copa dos Campeões, não teria tanto efeito. Mais de 200 países
testemunharam e puseram fogo no
mais importante duelo inglês.
As coletivas são mais chatas que
as do Brasil. Há reverência boba da
imprensa estrangeira com técnicos
e atletas, que curtem a posição de
celebridades. Mas já senti isso em
Copas. E há tensão no ar entre os
colegas da imprensa de Espanha,
Inglaterra e Itália, uma rivalidade
sobre a melhor liga nacional (os ingleses estão por cima, mas os demais não abaixam o nariz).
Os torcedores do Chelsea são, de
forma geral, meio esnobes, têm jeito blasé, algo explicado pela condição elitista do clube, que virou de
repente time da moda. Os fãs do
Manchester, claro, são mais animados, acessíveis, populares etc.
Impressões bobas: Alex Ferguson não é tão gordinho ou fofo
quanto parece ser pela TV. Cech é
bem alto e magro, talvez o capacete
o encorpe mais (TV engorda?).
Bom, o Belletti, pessoalmente, é
igual. Ah, uma última: Quique
Wolff, o apresentador argentino
engraçado da ESPN, além de ser
um boa-praça de fato, é Racing.
rbueno@folhasp.com.br
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