São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2008

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FUTEBOL

Meninos, eu vi

Colunista relata suas impressões sobre a primeira final de Copa dos Campeões que acompanha in loco

RODRIGO BUENO
ENVIADO A MOSCOU

UM DIA ESPECIAL , uma coluna especial. Após mais de uma década tratando de futebol internacional aqui na Folha, tive o prazer de acompanhar a final da Copa dos Campeões in loco. Sonho de menino, ambição profissional.
Caso não queira ler sobre minhas observações em Moscou, sugiro parar aqui e ler as reportagens da final neste caderno Esporte, que meio fecha hoje a sua temporada mais dedicada à Copa dos Campeões. Que eu saiba, nunca tanto espaço foi dado e nunca tanto investimento foi feito pelo jornal para o mais badalado interclubes, febre, especialmente entre garotos.
Bom, a final parece um jogo à parte de tudo, para o bem e para o mal. Pela TV, é o espetáculo de sempre, o negócio é para a TV mesmo. Em campo, a sensação é demais, porém outra. Isso ficou mais latente ontem, penso, por se tratar de um duelo de times ingleses em Moscou. Imagine dois clubes cariocas jogando para decidir o Brasileiro no Nordeste. Haveria grande envolvimento local, claro. Mas e um Fla-Flu do século, único, valendo a Libertadores na Venezuela?
Uefa e Moscou se pintaram de vermelho e azul (cores da decisão), espalharam banners e bandeiras, agitaram a praça Vermelha com a estrutura que veio ao Brasil com o troféu oficial, mas os russos não se entusiasmaram. E olha que o Chelsea é bem popular aqui, e o Manchester é o Manchester (Real é Real, Boca é Boca, há times que não pedem explicação). Estava até quente em Moscou, mas senti frio.
Dois jogos, um na casa de cada time, tornariam o ambiente local mais quente, mas aí a proposta global do torneio, o marketing em torno da Copa dos Campeões, não teria tanto efeito. Mais de 200 países testemunharam e puseram fogo no mais importante duelo inglês. As coletivas são mais chatas que as do Brasil. Há reverência boba da imprensa estrangeira com técnicos e atletas, que curtem a posição de celebridades. Mas já senti isso em Copas. E há tensão no ar entre os colegas da imprensa de Espanha, Inglaterra e Itália, uma rivalidade sobre a melhor liga nacional (os ingleses estão por cima, mas os demais não abaixam o nariz).
Os torcedores do Chelsea são, de forma geral, meio esnobes, têm jeito blasé, algo explicado pela condição elitista do clube, que virou de repente time da moda. Os fãs do Manchester, claro, são mais animados, acessíveis, populares etc.
Impressões bobas: Alex Ferguson não é tão gordinho ou fofo quanto parece ser pela TV. Cech é bem alto e magro, talvez o capacete o encorpe mais (TV engorda?).
Bom, o Belletti, pessoalmente, é igual. Ah, uma última: Quique Wolff, o apresentador argentino engraçado da ESPN, além de ser um boa-praça de fato, é Racing.


rbueno@folhasp.com.br

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