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praça vermelha
Nos pênaltis, Manchester frustra rival
Montado com os milhões do magnata russo Roman Abramovich para ganhar a Europa, Chelsea sucumbe em Moscou
Manchester 1 (6)
Chelsea 1 (5)
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A MOSCOU
O campeão inglês é o campeão da Europa. Essa é a realidade do futebol mundial na
atualidade. O Manchester United venceu ontem o Chelsea
nos pênaltis, em jogo dramático disputado em Moscou.
O clássico britânico terminou empatado em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação.
Terry, capitão do Chelsea, teve
a chance de converter a penalidade que daria o primeiro título
da Copa dos Campeões para o
clube do magnata russo Roman
Abramovich, que se contorcia
de nervosismo nas tribunas.
Escorregou e chutou para fora.
Cristiano Ronaldo, antes, havia perdido a sua cobrança.
"Pensei que seria o pior dia da
minha vida. Os pênaltis são
uma loteria. Agora, é o dia mais
feliz da minha vida", declarou
ele, aliviado, após o jogo.
O melhor time da Inglaterra,
dono do artilheiro da liga européia -Cristiano Ronaldo, favorito a melhor do mundo, acabou o torneio com oito gols-,
não fez sua melhor partida.
Longe disso: foi colocado
contra as cordas em várias
oportunidades, mas conseguiu
o seu terceiro título europeu, o
segundo sob o comando do técnico escocês Alex Ferguson.
Com a vitória, o Manchester
United representará a Europa
em dezembro, no Japão, no
Mundial de Clubes da Fifa. A
equipe já tem um título mundial, mas na antiga versão da
disputa -derrotou o Palmeiras
em 1999 por 1 a 0.
O título de ontem tem uma
marca toda especial para a história do Manchester.
Há 50 anos, um dos melhores
times montados pelo clube foi
vítima de um acidente aéreo.
Sobreviventes da tragédia, como Bobby Charlton, integraram a delegação da equipe na
Rússia. Faz também 40 anos
que o atual clube mais rico do
mundo conquistou seu primeiro título europeu.
A primeira final da Copa dos
Campeões em Moscou foi jogada, em boa parte de seu tempo,
sob uma chuva fina.
Bastante movimentado, o
duelo viu um início fogoso dos
""Diabos Vermelhos", que anotaram precocemente. Cristiano
Ronaldo, aos 26min, tocou de
cabeça após cruzamento de
Brown pela direita.
Mesmo não tão ofensivo como de costume, o Manchester
sufocou o rival, a quem superara no Inglês na última rodada.
Tevez desperdiçou duas
grandes chances de ampliar o
marcador e definir a partida
ainda no primeiro tempo. Numa cabeçada, viu a defesa de
Cech e, depois, a conclusão de
Hargreaves acabar também na
mão do goleiro rival.
No último minuto da etapa
inicial o Chelsea, que pouco
ameaçara, arriscou de longe
com Essien. A bola desviou na
zaga e sobrou para Lampard, na
cara de Van der Sar, empatar.
No segundo tempo, o time
londrino voltou melhor. Drogba chutou uma bola na trave,
uma das muitas finalizações de
seu time. Com Rooney sumido
e Tevez perdendo muitas jogadas, o Manchester caiu.
Foram 24 finalizações do
Chelsea, o dobro em relação ao
oponente, mas apenas três arremates foram no alvo.
Drogba arriscou seis vezes e
acertou apenas uma. O marfinense, que também brigava pela artilharia do torneio, acabou
expulso na prorrogação -deu
um tapa na cara de Vidic. Na
prorrogação, Lampard acertou
o travessão de Van der Sar.
A estrela, definitivamente,
estava com o goleiro holandês.
Na disputa de pênaltis, tratou
de animar sua torcida, localizada atrás do gol em que foram
realizadas as cobranças. Após
ver Terry errar seu chute, defendeu a de Anelka e foi herói.
Eleito o melhor jogador da final, o arqueiro comemorou. "O
sentimento de defender um pênalti é indescritível", disse.
O Manchester, equipe que
usa com freqüência quatro jogadores ofensivos, ficou com a
posse de bola 58% do tempo de
jogo. A partida foi mais brigada
normalmente que uma do Inglês. Foram quatro cartões
amarelos para cada time, uma
expulsão e 47 faltas -é comum
jogos na Inglaterra não terem
nem uma dezena de infrações.
A Inglaterra agora tem 11 títulos da Copa dos Campeões (é
recordista, empatada com Espanha e Itália). O Chelsea, mesmo com seu recente poderio financeiro, segue na fila. O Manchester, senhor de seu país, é
também o novo rei da Europa.
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