São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2008

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praça vermelha

Nos pênaltis, Manchester frustra rival

Montado com os milhões do magnata russo Roman Abramovich para ganhar a Europa, Chelsea sucumbe em Moscou

Manchester 1 (6)
Chelsea 1 (5)

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A MOSCOU

O campeão inglês é o campeão da Europa. Essa é a realidade do futebol mundial na atualidade. O Manchester United venceu ontem o Chelsea nos pênaltis, em jogo dramático disputado em Moscou.
O clássico britânico terminou empatado em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação. Terry, capitão do Chelsea, teve a chance de converter a penalidade que daria o primeiro título da Copa dos Campeões para o clube do magnata russo Roman Abramovich, que se contorcia de nervosismo nas tribunas. Escorregou e chutou para fora.
Cristiano Ronaldo, antes, havia perdido a sua cobrança. "Pensei que seria o pior dia da minha vida. Os pênaltis são uma loteria. Agora, é o dia mais feliz da minha vida", declarou ele, aliviado, após o jogo.
O melhor time da Inglaterra, dono do artilheiro da liga européia -Cristiano Ronaldo, favorito a melhor do mundo, acabou o torneio com oito gols-, não fez sua melhor partida.
Longe disso: foi colocado contra as cordas em várias oportunidades, mas conseguiu o seu terceiro título europeu, o segundo sob o comando do técnico escocês Alex Ferguson.
Com a vitória, o Manchester United representará a Europa em dezembro, no Japão, no Mundial de Clubes da Fifa. A equipe já tem um título mundial, mas na antiga versão da disputa -derrotou o Palmeiras em 1999 por 1 a 0.
O título de ontem tem uma marca toda especial para a história do Manchester.
Há 50 anos, um dos melhores times montados pelo clube foi vítima de um acidente aéreo. Sobreviventes da tragédia, como Bobby Charlton, integraram a delegação da equipe na Rússia. Faz também 40 anos que o atual clube mais rico do mundo conquistou seu primeiro título europeu.
A primeira final da Copa dos Campeões em Moscou foi jogada, em boa parte de seu tempo, sob uma chuva fina.
Bastante movimentado, o duelo viu um início fogoso dos ""Diabos Vermelhos", que anotaram precocemente. Cristiano Ronaldo, aos 26min, tocou de cabeça após cruzamento de Brown pela direita.
Mesmo não tão ofensivo como de costume, o Manchester sufocou o rival, a quem superara no Inglês na última rodada.
Tevez desperdiçou duas grandes chances de ampliar o marcador e definir a partida ainda no primeiro tempo. Numa cabeçada, viu a defesa de Cech e, depois, a conclusão de Hargreaves acabar também na mão do goleiro rival.
No último minuto da etapa inicial o Chelsea, que pouco ameaçara, arriscou de longe com Essien. A bola desviou na zaga e sobrou para Lampard, na cara de Van der Sar, empatar.
No segundo tempo, o time londrino voltou melhor. Drogba chutou uma bola na trave, uma das muitas finalizações de seu time. Com Rooney sumido e Tevez perdendo muitas jogadas, o Manchester caiu.
Foram 24 finalizações do Chelsea, o dobro em relação ao oponente, mas apenas três arremates foram no alvo.
Drogba arriscou seis vezes e acertou apenas uma. O marfinense, que também brigava pela artilharia do torneio, acabou expulso na prorrogação -deu um tapa na cara de Vidic. Na prorrogação, Lampard acertou o travessão de Van der Sar.
A estrela, definitivamente, estava com o goleiro holandês. Na disputa de pênaltis, tratou de animar sua torcida, localizada atrás do gol em que foram realizadas as cobranças. Após ver Terry errar seu chute, defendeu a de Anelka e foi herói.
Eleito o melhor jogador da final, o arqueiro comemorou. "O sentimento de defender um pênalti é indescritível", disse.
O Manchester, equipe que usa com freqüência quatro jogadores ofensivos, ficou com a posse de bola 58% do tempo de jogo. A partida foi mais brigada normalmente que uma do Inglês. Foram quatro cartões amarelos para cada time, uma expulsão e 47 faltas -é comum jogos na Inglaterra não terem nem uma dezena de infrações.
A Inglaterra agora tem 11 títulos da Copa dos Campeões (é recordista, empatada com Espanha e Itália). O Chelsea, mesmo com seu recente poderio financeiro, segue na fila. O Manchester, senhor de seu país, é também o novo rei da Europa.


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