Seleção pode fazer em junho até 7 partidas, todas oficiais, em 3 países diferentes

Técnico aposta em atletas que foram convocados pela 1ª vez por ele ou fizeram sob seu comando a maior parte de suas partidas pelo Brasil

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Dunga fez ontem, no Rio, a mais importante de suas convocações para a seleção brasileira. E ele resolveu apostar em gente de sua confiança.
Para os difíceis jogos das eliminatórias contra Uruguai, em Montevidéu, e Paraguai, no Recife, e a maratona de até cinco partidas em menos de duas semanas na Copa das Confederações da África do Sul, o treinador gaúcho ignorou os pedidos por Ronaldo e deu um tempo com Ronaldinho, imposto pela CBF a ele no ano passado.
Dunga ainda deixou de lado jogadores em ótima fase, mas que nunca foram chamados por ele, como o atacante Grafite, artilheiro do Campeonato Alemão pelo líder Wolfsburg.
Para a maratona do próximo mês, Dunga preferiu atletas que têm suas histórias na seleção ligadas ao técnico.
Dos 23 da lista, 18 foram convocados pela primeira vez para a seleção principal (casos agora de Victor, André Santos e Ramires) por Dunga ou disputaram pelo menos metade de seus jogos pelo time nacional sob o comando do treinador.
Dos outros cinco, o único que teve problemas com Dunga foi Kaká. Já Lúcio, Juan, Luisão e Gilberto Silva sempre estiveram entre os preferidos de Dunga, que disse ontem não ter "um grupo fechado" e que trabalha com um universo de 40 atletas em suas convocações.
Para quem faz parte do grupo de confiança, muitos problemas são relevados. Caso do lateral-direito Maicon, que disputou 80% dos jogos que fez pela seleção com Dunga como treinador. Ele não joga pela Inter de Milão há quase dois meses por uma contusão sofrida justamente quando servia a seleção, em jogo contra o Equador, pelas eliminatórias.
Assim como Grafite, Josué também é destaque no Wolfsburg, que está perto de ganhar o Alemão. Mas apenas o volante, que só entrou em campo pela seleção quando já tinha 26 anos e sob o comando do atual técnico, foi chamado ontem.
Se a convocação já é um sinal do elenco que deve ir ao Mundial da África do Sul, daqui a um ano, o Brasil terá um grupo com muitos atletas veteranos.
Da turma chamada ontem, seis já terão passados dos 30. Outros seis estarão a menos de dois anos de fazer 30 anos. Quando assumiu, logo depois da Copa da Alemanha-2006, Dunga tinha a renovação como uma de suas bandeiras.
Antes de ir ao Uruguai, onde enfrenta a seleção da casa em 6 de junho, o Brasil treinará por quase uma semana na Granja Comary, em Teresópolis (RJ).
O jogo contra o Paraguai, o líder das eliminatórias sul-americanas (o time de Dunga é o segundo colocado), acontecerá quatro dias depois, numa quarta-feira. Na Copa das Confederações, o Brasil terá como rivais Egito, Estados Unidos e Itália, pela ordem, na primeira fase.


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