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BASQUETE
Patrocinador não quer pagar salário de atletas
Convocada, seleção
pode ter desfalques
da Reportagem Local
A seleção brasileira masculina de
basquete, convocada ontem para
o Mundial da Grécia, no final de
julho, corre o risco de perder, pelo
menos, três jogadores.
São eles os pivôs Janjão e Josuel e
o ala Vanderley, do COC/Ribeirão
Preto, que conquistou o vice-campeonato brasileiro anteontem.
O diretor-presidente do COC
(rede de colégios), Chaim Zaher,
que perdeu o co-patrocínio da
Polti (eletrodomésticos) após a
derrota no Nacional, afirmou que
não vai pagar os salários dos três
enquanto estiverem servindo à seleção nos próximos dois meses.
"Eu não vou pagar, então aconselho à CBB (Confederação Brasileira de Basquete) que cumpra a
lei, o que não acredito que irão fazer", afirmou Zaher.
O dirigente refere-se à Lei Pelé,
que em seu artigo 40, afirma que
cabe às confederações o pagamento de salários dos atletas no período em que estiverem na seleção.
Nesta semana, a atacante Ângela
Moraes desistiu de defender a seleção brasileira de vôlei para continuar a receber salário de seu time,
o Dayvit, pois a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) alegou não
ter condições de pagá-la.
A CBB ainda não se pronunciou
sobre a questão. De acordo com a
assessoria de imprensa da entidade, esse "é um problema novo, e
será estudada uma solução".
Zaher já deixou clara sua posição: caso a CBB não arque com a
despesa, os jogadores só servem à
seleção se concordarem em não
receber do time.
Em situação delicada, os jogadores esperam que a equipe e a CBB
cheguem a um acordo.
"É difícil falar que não vou para
a seleção em ano de Mundial, mas
também é complicado ficar sem
receber salários. Temos nossos
compromissos", disse Vanderley.
O atleta concordou com o raciocínio de Zaher. "Ele está certo. O
clube não pode ficar pagando os
meses que o jogador fica na seleção. Espero que haja bom senso."
Outros clubes que cederam vários atletas à seleção -Flamengo e
Marathon/Franca (três cada)-
ainda não têm posição definida
sobre o assunto e pretendem conversar com a direção da CBB.
O Flamengo, que cede o armador Rato, o ala Caio e o pivô Pipoka, quer chegar a um meio- termo.
"Se a CBB assumir todos os
ônus, não terá condições. A Lei
Pelé foi regulamentada no fim de
abril, e é preciso tempo para se obter novos patrocínios", disse Getúlio Brasil, vice-presidente de esportes amadores do clube.
No Marathon, o supervisor Rosalvo de Almeida disse que os contratos dos convocados (os armadores Demétrius e Helinho e o ala
Rogério) terminam no fim de
maio e que o clube só dará uma
posição após as renovações.
A apresentação dos 15 convocados será no dia 28, em São Paulo.
Os treinamentos começam no dia
seguinte, em Nova Friburgo (RJ).
As novidades na convocação de
Hélio Rubens Garcia são, além de
Helinho (filho do treinador) e de
Pipoka, que retorna após ausência
desde a Olimpíada de Atlanta, o
ala Aylton Tesh, que joga em universidade do Tennessee (EUA), o
pivô Gastão, do Joinville, e o ala
Marcelinho, do Corinthians (RS).
Ainda estão na lista o ala Alexey,
do Vasco, e os pivôs Brasília, do
Banco Bandeirantes, e Sandro,
que também joga nos EUA.
Segundo Hélio Rubens, o corte
de três atletas, para definir os 12
que irão ao Mundial, será definida
após os treinos em Nova Friburgo.
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