São Paulo, sexta, 22 de maio de 1998

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BASQUETE
Patrocinador não quer pagar salário de atletas
Convocada, seleção pode ter desfalques

da Reportagem Local

A seleção brasileira masculina de basquete, convocada ontem para o Mundial da Grécia, no final de julho, corre o risco de perder, pelo menos, três jogadores.
São eles os pivôs Janjão e Josuel e o ala Vanderley, do COC/Ribeirão Preto, que conquistou o vice-campeonato brasileiro anteontem.
O diretor-presidente do COC (rede de colégios), Chaim Zaher, que perdeu o co-patrocínio da Polti (eletrodomésticos) após a derrota no Nacional, afirmou que não vai pagar os salários dos três enquanto estiverem servindo à seleção nos próximos dois meses.
"Eu não vou pagar, então aconselho à CBB (Confederação Brasileira de Basquete) que cumpra a lei, o que não acredito que irão fazer", afirmou Zaher.
O dirigente refere-se à Lei Pelé, que em seu artigo 40, afirma que cabe às confederações o pagamento de salários dos atletas no período em que estiverem na seleção.
Nesta semana, a atacante Ângela Moraes desistiu de defender a seleção brasileira de vôlei para continuar a receber salário de seu time, o Dayvit, pois a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) alegou não ter condições de pagá-la.
A CBB ainda não se pronunciou sobre a questão. De acordo com a assessoria de imprensa da entidade, esse "é um problema novo, e será estudada uma solução".
Zaher já deixou clara sua posição: caso a CBB não arque com a despesa, os jogadores só servem à seleção se concordarem em não receber do time.
Em situação delicada, os jogadores esperam que a equipe e a CBB cheguem a um acordo.
"É difícil falar que não vou para a seleção em ano de Mundial, mas também é complicado ficar sem receber salários. Temos nossos compromissos", disse Vanderley.
O atleta concordou com o raciocínio de Zaher. "Ele está certo. O clube não pode ficar pagando os meses que o jogador fica na seleção. Espero que haja bom senso."
Outros clubes que cederam vários atletas à seleção -Flamengo e Marathon/Franca (três cada)- ainda não têm posição definida sobre o assunto e pretendem conversar com a direção da CBB.
O Flamengo, que cede o armador Rato, o ala Caio e o pivô Pipoka, quer chegar a um meio- termo.
"Se a CBB assumir todos os ônus, não terá condições. A Lei Pelé foi regulamentada no fim de abril, e é preciso tempo para se obter novos patrocínios", disse Getúlio Brasil, vice-presidente de esportes amadores do clube.
No Marathon, o supervisor Rosalvo de Almeida disse que os contratos dos convocados (os armadores Demétrius e Helinho e o ala Rogério) terminam no fim de maio e que o clube só dará uma posição após as renovações.
A apresentação dos 15 convocados será no dia 28, em São Paulo. Os treinamentos começam no dia seguinte, em Nova Friburgo (RJ).
As novidades na convocação de Hélio Rubens Garcia são, além de Helinho (filho do treinador) e de Pipoka, que retorna após ausência desde a Olimpíada de Atlanta, o ala Aylton Tesh, que joga em universidade do Tennessee (EUA), o pivô Gastão, do Joinville, e o ala Marcelinho, do Corinthians (RS).
Ainda estão na lista o ala Alexey, do Vasco, e os pivôs Brasília, do Banco Bandeirantes, e Sandro, que também joga nos EUA.
Segundo Hélio Rubens, o corte de três atletas, para definir os 12 que irão ao Mundial, será definida após os treinos em Nova Friburgo.



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