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Vizinhos afirmam que Engenhão é "bonito de se ver, difícil de se conviver"
Rony Maltz/Folha Imagem
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Depósito improvisado de lixo e entulho em frente ao Engenhão |
DA SUCURSAL DO RIO
Amanhã, a menos de três
semanas do Pan, o estádio
João Havelange, construído
para os Jogos, será alvo de
uma passeata/carreata de
protesto feita por moradores
do Engenho de Dentro (zona
norte do Rio). Para criticar o
Engenhão, que abrigará atletismo e futebol, a Amete (Associação de Moradores do
Entorno do Engenhão) adotou um lema: "É bonito de se
ver, difícil de se conviver".
Uma parte feia de se ver
-e ruim de sentir o cheiro-
é um lixão que cresce diante
da bilheteria da ala norte,
que é alimentado até pela
própria prefeitura. Pedaços
da antiga calçada da rua das
Oficinas, que está sendo trocada, foram para o terreno.
A Secretaria Municipal de
Obras informou que irá apurar se os entulhos são dos
serviços ao redor do estádio.
Segundo a secretaria, as
obras trarão melhorias significativas na drenagem da região, além da urbanização.
A favela Belém Belém se
expande pelo terreno, sem
saneamento básico. Moradores dizem que ratos e mosquitos são fartos no local.
Na rua Henrique Scheid, o
piso de muitas casas ficou
abaixo do nível das calçadas,
o que dificultará o escoamento da chuva. Por causa
das obras, os moradores enfrentam quedas de energia.
"Falam que nossos imóveis vão valorizar em 20%.
Só vejo desvalorização", diz
Marcos Barros, 46.
Anteontem, a CET (Companhia de Engenharia de
Tráfego) confirmou que 18
ruas do entorno serão interditadas durante o Pan. Moradores sem garagem terão
de estacionar longe de casa.
Ainda há o medo de violência nos jogos de futebol e
a frustração com a não-realização, até agora, de uma série de projetos, como um novo sistema viário.
"Não recebemos nenhum
benefício prometido. Não
houve estudo de impacto de
vizinhança", diz o presidente
da Amete, Anibal Antunes.
"É sempre assim com todas as obras grandes. Os moradores tentam tirar vantagens para seu bairro. Isso é
democrático. Assim como
fazer passeata", disse o prefeito do Rio, Cesar Maia.
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