São Paulo, segunda-feira, 22 de junho de 2009

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Soberano, Corinthians não deixa rival voltar

Goleiro Felipe outra vez é o destaque em noite apagada da estrela Ronaldo

Corinthians 3
São Paulo 1


RODRIGO MATTOS
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Segundos antes do clássico, os jogadores corintianos se abraçam e fazem uma corrente no gramado. Enquanto isso, os atletas são-paulinos ficam dispersos em campo, mal se falam.
Isso retrata bem o momento dos rivais e explica em parte o resultado no Pacaembu ontem: 3 a 1 para o Corinthians.
Comandado interinamente por Milton Cruz após a eliminação da Libertadores e a saída de Muricy Ramalho, o São Paulo jogou bem modificado, com Jean Rolt na lateral direita e com Hugo na frente. Washington, ""poupado", e Dagoberto e Zé Luís, contundidos, não foram relacionados. O Corinthians, mesmo sem Alessandro e Dentinho, manteve sua estrutura vitoriosa em 2009.
Ainda envolvido em outra frente, a Copa do Brasil, o Corinthians ficou boa parte do primeiro tempo esperando o rival, que produziu bem mais que na quinta contra o Cruzeiro.
Mesmo com Borges praticamente sozinho no ataque, já que Marlos e Hugo compunham o meio-campo, o São Paulo criou mais chances de gol. Richarlyson, como volante, Jean e Marlos arriscaram bons chutes contra Felipe, de novo o destaque corintiano.
Sem André Santos, na seleção, o Corinthians pouco avançava ao ataque pelas laterais. Ronaldo mal participava do jogo. Num raro avanço pela esquerda, Marcelo Oliveira sentiu contusão e foi substituído.
Com o Pacaembu longe de estar cheio, a partida transcorria em ritmo morno até uma disputa entre Hugo e Jorge Henrique, que gerou bate-boca e provocações em campo.
O Corinthians saiu na frente numa escapada rápida de Cristian, que pegou a defesa são-paulina aberta. Douglas serviu bem o companheiro, que arrancou para o gol e tocou na saída de Denis -na jogada, o volante, que já havia anotado gol no São Paulo na semifinal do Paulista, também saiu com uma lesão.
O gol enervou ainda mais o São Paulo, que conseguiu até agora apenas uma vitória em sete rodadas no Brasileiro.
Se, durante 14 jogos de invencibilidade do São Paulo diante do Corinthians entre 2003 e 2007, os alvinegros sofriam com os próprios nervos, agora são os são-paulinos que se perdem emocionalmente no clássico -são sete partidas sem ganhar do rival, quatro neste ano.
No primeiro tempo, o visitante reclamou de um pênalti de Diogo em cima de Marlos.
No segundo tempo, visivelmente abatidos, os tricolores caíram de rendimento. Com Hernanes, Arouca e Jorge Wagner assistindo a tudo do banco de reservas, Chicão ampliou o marcador em mais uma bela cobrança de falta. Aos 14min, Denis até tocou na bola, mas não evitou o segundo gol.
""Ô, o freguês voltou", cantava satisfeita a torcida corintiana. O Corinthians trocava seguidos passes ao som de ""olé".
Com o 0 a 2 no placar, Jorge Wagner entrou então no São Paulo, a primeira substituição de Milton Cruz, que preferiu manter assim a ""base" das últimas semanas de Muricy. Saiu o zagueiro Jean Rolt, deixando assim o time do Morumbi mais ofensivo e mais exposto.
No segundo tempo, até Ronaldo apareceu mais e exigiu uma boa defesa de Denis em um chute de longa distância -e quase marca em um carrinho após cruzamento da esquerda.
Do outro lado, Felipe interceptava com segurança e facilidade as bolas lançadas à área, uma marca da era Muricy.
Jucilei, de cabeça, ampliou o placar, nem na bola parada o São Paulo reina. Deu tempo para o gol de honra, de Richarlyson, após jogada de Oscar, candidato a símbolo da nova era.
Nos minutos finais, os times pareciam conformados com o marcador. O São Paulo ainda busca uma identidade, ainda não ""voltou", e o Corinthians, ""soberano'", sabe que hoje está bem mais organizado que o rival dentro e fora de campo.

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