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Soberano, Corinthians não deixa rival voltar
Goleiro Felipe outra vez é o destaque
em noite apagada da estrela Ronaldo
Corinthians 3
São Paulo 1
RODRIGO MATTOS
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Segundos antes do clássico,
os jogadores corintianos se
abraçam e fazem uma corrente
no gramado. Enquanto isso, os
atletas são-paulinos ficam dispersos em campo, mal se falam.
Isso retrata bem o momento
dos rivais e explica em parte o
resultado no Pacaembu ontem:
3 a 1 para o Corinthians.
Comandado interinamente
por Milton Cruz após a eliminação da Libertadores e a saída
de Muricy Ramalho, o São Paulo jogou bem modificado, com
Jean Rolt na lateral direita e
com Hugo na frente. Washington, ""poupado", e Dagoberto e
Zé Luís, contundidos, não foram relacionados. O Corinthians, mesmo sem Alessandro
e Dentinho, manteve sua estrutura vitoriosa em 2009.
Ainda envolvido em outra
frente, a Copa do Brasil, o Corinthians ficou boa parte do
primeiro tempo esperando o rival, que produziu bem mais que
na quinta contra o Cruzeiro.
Mesmo com Borges praticamente sozinho no ataque, já
que Marlos e Hugo compunham o meio-campo, o São
Paulo criou mais chances de
gol. Richarlyson, como volante,
Jean e Marlos arriscaram bons
chutes contra Felipe, de novo o
destaque corintiano.
Sem André Santos, na seleção, o Corinthians pouco avançava ao ataque pelas laterais.
Ronaldo mal participava do jogo. Num raro avanço pela esquerda, Marcelo Oliveira sentiu contusão e foi substituído.
Com o Pacaembu longe de
estar cheio, a partida transcorria em ritmo morno até uma
disputa entre Hugo e Jorge
Henrique, que gerou bate-boca
e provocações em campo.
O Corinthians saiu na frente
numa escapada rápida de Cristian, que pegou a defesa são-paulina aberta. Douglas serviu
bem o companheiro, que arrancou para o gol e tocou na saída
de Denis -na jogada, o volante,
que já havia anotado gol no São
Paulo na semifinal do Paulista,
também saiu com uma lesão.
O gol enervou ainda mais o
São Paulo, que conseguiu até
agora apenas uma vitória em
sete rodadas no Brasileiro.
Se, durante 14 jogos de invencibilidade do São Paulo diante
do Corinthians entre 2003 e
2007, os alvinegros sofriam
com os próprios nervos, agora
são os são-paulinos que se perdem emocionalmente no clássico -são sete partidas sem ganhar do rival, quatro neste ano.
No primeiro tempo, o visitante reclamou de um pênalti
de Diogo em cima de Marlos.
No segundo tempo, visivelmente abatidos, os tricolores
caíram de rendimento. Com
Hernanes, Arouca e Jorge
Wagner assistindo a tudo do
banco de reservas, Chicão ampliou o marcador em mais uma
bela cobrança de falta. Aos
14min, Denis até tocou na bola,
mas não evitou o segundo gol.
""Ô, o freguês voltou", cantava
satisfeita a torcida corintiana.
O Corinthians trocava seguidos
passes ao som de ""olé".
Com o 0 a 2 no placar, Jorge
Wagner entrou então no São
Paulo, a primeira substituição
de Milton Cruz, que preferiu
manter assim a ""base" das últimas semanas de Muricy. Saiu o
zagueiro Jean Rolt, deixando
assim o time do Morumbi mais
ofensivo e mais exposto.
No segundo tempo, até Ronaldo apareceu mais e exigiu
uma boa defesa de Denis em
um chute de longa distância -e
quase marca em um carrinho
após cruzamento da esquerda.
Do outro lado, Felipe interceptava com segurança e facilidade as bolas lançadas à área,
uma marca da era Muricy.
Jucilei, de cabeça, ampliou o
placar, nem na bola parada o
São Paulo reina. Deu tempo para o gol de honra, de Richarlyson, após jogada de Oscar, candidato a símbolo da nova era.
Nos minutos finais, os times
pareciam conformados com o
marcador. O São Paulo ainda
busca uma identidade, ainda
não ""voltou", e o Corinthians,
""soberano'", sabe que hoje está
bem mais organizado que o rival dentro e fora de campo.
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