São Paulo, segunda-feira, 22 de junho de 2009

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Vettel domina GP e assusta os líderes

Ao volante de um carro batizado de "Kate", alemão obtém sua primeira vitória no seco e fica a 2 pontos da vice-liderança

Apenas sexto colocado em sua corrida de casa, Button já admite preocupação da equipe inglesa com o ritmo de crescimento dos rivais

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SILVERSTONE

Sebastian Vettel estava com saudades de Kate. Desde o GP da Austrália, abertura do Mundial, eles não tinham contato.
Nem o fato de sua primeira vitória no ano, na China, ter acontecido com a "irmã safada" dela fez com que o piloto da Red Bull esquecesse de Kate.
Cinco vitórias consecutivas de Jenson Button se seguiram. Mas em Silverstone, casa do piloto da Brawn GP, Vettel ganhou um presente. Um carro praticamente novo, do bico ao difusor, da cobertura do motor à distância entre os eixos.
Como a saudade ainda era grande, resolveu que era hora de uma nova Kate. Colou um adesivo no cockpit e ela estava de volta -a original foi destruída numa batida em Melbourne.
E, em sua primeira corrida, Kate, apelido carinhoso dado ao seu RB5, não decepcionou. Levou Vettel à segunda vitória em 2009, a terceira da carreira, de uma maneira avassaladora.
Foram mais de 15 segundos de vantagem para o segundo colocado, seu companheiro de equipe, Mark Webber, e mais de 41 segundos para o terceiro, Rubens Barrichello, da mesma Brawn que há duas semanas, no GP da Turquia, Vettel classificou como "de outro planeta".
Tamanha facilidade serviu para ligar o sinal de alerta no time inglês, que viu o brasileiro sofrer para manter seu lugar no pódio e Button completar apenas na sexta colocação.
"Ainda tenho 23 pontos de vantagem sobre o Rubens e, mesmo sabendo que ele é rápido, sei onde ele é melhor e pior, então posso marcá-lo", disse o líder do Mundial. "Mas a Red Bull... Eles foram muito bem, e não sabemos o que esperar nas próximas provas. Se eles mantiverem o ritmo, vai ser difícil a gente se segurar na frente."
Já Vettel, talvez para esconder o jogo, creditou a vantagem a uma conjunção de fatores.
"Claro que demos um passo à frente com este novo pacote. O carro ficou fantástico. Mas este circuito se adapta muito bem a ele", explicou o piloto alemão, que reduziu de seis para dois pontos sua desvantagem para Barrichello na classificação.
"Além disso, acho que as condições de temperatura foram ideais para nós, não tivemos problema com os pneus, e estivemos perto da perfeição."
Segundo Vettel, sua vitória -a primeira com pista seca- foi assegurada no primeiro trecho do GP. Largando da pole, manteve-se na ponta, seguido por Barrichello e Webber. Button, que partiu em sexto, caiu para nono na primeira volta.
"Tentei abrir a maior vantagem possível, porque sabia que me beneficiaria disso no resto da prova", falou Vettel, que cumpriu sua meta com perfeição. "Eu via na placa, a cada volta, um segundo a mais, um segundo a mais. Foi fantástico."
Com o carro mais pesado que os de seus seguidores e com uma vantagem enorme, Vettel pôde parar para seu pit depois de Barrichello e Webber e ainda abrir mais folga sobre eles.
Na parada, porém, o brasileiro perdeu o segundo posto.
No segundo trecho da corrida, com retardatários à frente, Vettel viu sua margem para o companheiro diminuir, mas nada que pudesse preocupá-lo.
Com o triunfo assegurado, o alemão passou a poupar Kate e ficou emocionado pela ovação do público em Silverstone nas voltas finais. "Fiquei triste por não ser inglês, porque a torcida foi fantástica", afirmou. "Eu tinha vontade de acenar e agradecer, mas lembrei que já houve histórias no passado em que gestos assim não deram certo e era a última coisa que queria."

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