São Paulo, terça-feira, 22 de junho de 2010

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PASQUALE CIPRO NETO

Sem marmelada


A Fifa já poderia (e deveria) ter criado algum mecanismo que evitasse o jogo de compadres


COPA VAI, Copa vem, e na terceira rodada da primeira fase sempre há jogos suspeitos. Foi assim na Copa de 74, em que a Alemanha Ocidental "perdeu" para a Oriental, com o nítido propósito de não enfrentar o Brasil e a Holanda na segunda fase.
Outra situação delicada é a de times que, já classificados, jogam a terceira partida sem alguns titulares, o que, direta ou indiretamente, pode favorecer outra equipe. Em outras situações, teme-se pela ocorrência do que se chama de "jogo de compadres", em que o empate serve para os dois times.
Pois é esse o clima para o jogo entre México e Uruguai, pelo Grupo A. O empate classifica os dois e elimina a África do Sul e a França, qualquer que seja o resultado da partida entre essas equipes. Alguém dirá que o México talvez queira ganhar, para fugir da Argentina, virtual campeã do Grupo B. Para o Uruguai, o empate basta para tudo.
O fato é que a Fifa já poderia (e deveria) ter criado algum mecanismo que evitasse tanto o jogo de compadres quanto a escalação de reservas na terceira partida de equipes já classificadas.
Pois é o que farei agora: darei a minha sugestão para evitar a marmelada ou o pouco caso. Antes quero lembrar que, pelo atual sistema, a equipe campeã faz sete jogos. Vamos lá. A primeira fase continuaria como é, ou seja, com quatro países em cada um dos oito grupos. Dos quatro, dois avançariam para a segunda fase, como se faz hoje, mas...
É aí que entra o pulo do gato: a segunda fase seria disputada em grupos de quatro seleções (as duas primeiras de A com as duas primeiras de B e assim por diante), mas nessa fase cada time faria apenas dois jogos, porque o jogo disputado entre as duas equipes classificadas de cada grupo da primeira fase valeria para a fase seguinte, o que impediria a marmelada. Esse sistema já foi adotado muitas vezes em competições de basquete.
Exemplo prático: caso se classificassem, México e Uruguai carregariam para a segunda fase o resultado do jogo que disputarão logo mais, o que também valeria para o jogo disputado entre os dois classificados do Grupo B e assim por diante.
E depois? Classificar-se-ia só o campeão de cada grupo: o campeão do Grupo 1 dessa fase enfrentaria o do Grupo 2 (semifinal), e assim por diante. Moral da história: o campeão mundial faria os mesmos sete jogos do sistema atual. E todos os jogos seriam disputados para valer. É isso.


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