DO ENVIADO AO RIO

Quem vê a lista de velejadores do Brasil inscritos nas regatas para este Pan, na baía de Guanabara, pensa numa palavra: favoritismo. Mas não é bem assim, segundo eles.
"Se fosse em Búzios ou Araruama [litoral norte do Rio], eu seria favorito", diz Ricardo Winicki, o Bimba, que ganhou há duas semanas o título mundial da classe RS:X (prancha a vela), em Portugal e já assegurou vaga olímpica em Pequim-2008.
Cercada de morros e com uma abertura estreita para a entrada da água de mar aberto, a baía de Guanabara oferece barreiras para o vento e um fluxo desordenado de correntes.
"Outras regiões têm vento mais constante. Os ventos na baía são traiçoeiros, às vezes quase não venta, e você tem que se garantir no preparo físico", acrescenta Bimba, que levou o ouro em Santo Domingo-2003.
O raciocínio foi dividido por um de seus principais rivais, o americano Benjamin Berger. "Realmente, são ventos pouco consistentes. Creio que a luta aqui será boa", disse ele.
Tão inconsistentes que fizeram Robert Scheidt -octocampeão mundial, bi olímpico e tri pan-americano- garantir seu lugar na laser, da qual se despede neste Pan. Para Pequim-2008, tentará ficar com a vaga da classe star, cujo Mundial foi vencido por ele e Bruno Prada.
Há quem reconheça que, mesmo com os ventos dúbios, os brasileiros podem levar vantagem. "É verdade que são inconsistentes, mas há vantagem, porque a gente sabe qual é o regime dos ventos", diz João Carlos Jordão, da classe J24.
Outro fator que pode ser decisivo é a poluição da baía. "Disseram que iam limpar, mas eu encontrei a mesma coisa", disse Patrícia Castro, 18, da RS:X. "No primeiro dia, meu técnico teve que parar três vezes para tirar sacos plásticos do leme."
Estão programadas para hoje as duas primeiras regatas de todas as classes. A primeira, a partir das 13h, e a segunda, às 15h. (MÁRVIO DOS ANJOS)


Texto Anterior: Tênis de mesa: Chineses estão no caminho do nono ouro de Hugo Hoyama
Próximo Texto: [+]Sunfish: "Penetra" testa barco novo
Índice