Equipe credita desempenho irregular a estar sem surpresas devido à sua exposição nos últimos anos

Diante do Cruzeiro, time sofre com a falta de Josué e Dagoberto e vê duelo longe do Morumbi como chance boa para voltar a triunfar

JULYANA TRAVAGLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de disputar por dois anos consecutivos a final da Libertadores, tendo vencido a edição de 2005 e levado o Mundial de Clubes na mesma temporada, o São Paulo sofre, de acordo com seus jogadores, com a exposição excessiva.
"Hoje todo mundo sabe como o São Paulo joga. Estamos em evidência desde 2005 e pagamos esse preço por isso", explica o lateral-direito Ilsinho, segundo maior driblador (4,5 fintas por jogo) do Brasileiro, de acordo com o Datafolha.
"Contra a gente, todo mundo fica atrás", afirmou o jogador, que espera mais facilidades diante do Cruzeiro, hoje, no Mineirão, às 16h.
"Eles normalmente jogam mais para a frente. E isso facilita um pouco mais para a gente buscar os gols", completou.
A esperança para que a equipe reencontre as vitórias, segundo Muricy Ramalho, é o fato de a partida ser na casa dos mineiros. "Vai ser um jogo duro, mas, como é fora de casa, o adversário precisa sair para o jogo", analisou o treinador.
A obrigação de ter de partir para cima por jogar em seus domínios, argumenta o técnico, será um fator determinante para um êxito do tricolor paulista. Como o São Paulo, o Cruzeiro precisa vencer para não se distanciar do Botafogo, que lidera a competição com 24 pontos.
"Assim, acaba tendo mais espaço para os contra-ataques. Por isso os times estão conseguindo bons resultados fora, não só o São Paulo", completou o treinador, que viu sua equipe vencer apenas duas partidas longe do Morumbi em cinco jogos -bateu o Paraná e o Santos.
Detentor da melhor defesa do Nacional até agora, com apenas quatro gols sofridos, o São Paulo enfrentará o time que tem como ponto alto justamente a sua maior deficiência na competição. Com 27 gols marcados em 12 jogos, o Cruzeiro é o dono do melhor sistema ofensivo do campeonato.
"Neste momento, o melhor é jogar fora de casa, porque a pressão será menor. Dessa forma, jogaremos mais aliviados", avaliou Diego Tardelli.
O ataque, aliás, não terá seu principal jogador. Dagoberto, que saiu de campo mais cedo na derrota para o Fluminense sentindo dores no tornozelo, não joga em Minas. O jogador ainda teve uma contratura no músculo posterior de sua coxa esquerda constatada anteontem.
Na defesa, Muricy finalmente poderá ter Alex Silva, recuperado de uma lesão no ombro. O zagueiro, campeão da Copa América com a seleção brasileira, deve substituir Breno.
O volante Richarlyson retorna ao time após cumprir suspensão e faz dupla com Hernanes. Ele fica com a vaga de Josué, que levou o terceiro cartão amarelo. Jorge Wagner também volta, no lugar de Júnior.
No lado do Cruzeiro, o desfalque será o atacante Wagner, expulso no último jogo -goleada de 4 a 1 sobre o Náutico, em Recife. O técnico Dorival Júnior só anunciará seu substituto instantes antes do duelo.