São Paulo, quarta-feira, 22 de julho de 2009

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TÊNIS

Excesso de respeito


As irmãs Williams, após dez anos, seguem dominando e fazendo história, mas deixam de travar duelos memoráveis


RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

EM MIAMI , abril de 1999, um orgulhoso Richard Williams ocupou um camarote na central de Key Biscayne. Em um intervalo, enquanto os torcedores se sentavam, ergueu um cartaz abusado: "Bem-vindo ao show das Williams".
Parecia ousado e arrogante, mas não era. Naquela semana, a filha Venus, 18, chegara à final com impiedosos 6/2 e 6/4 em Steffi Graf. Um show. Antes, eliminara Jana Novotna, outra top ten, de virada. A rival naquele domingo era outra filha, Serena, 17, que, em fila, batera três tops: Monica Seles, Amanda Coetzer e Martina Hingis, a número um.
A final foi boa, vitória de Venus, 6/1, 4/6 e 6/4, mas longe de ser um dos jogos mais emocionantes. Os aplausos eram mais reconhecimento pela sequência de "nocautes" que as duas impuseram às rivais e pela história (a primeira vez que duas irmãs disputavam um título em mais de cem anos!) do que pelo duelo (mais de cem erros não forçados!).
Dez anos depois, elas voltaram a disputar mais um título. Desta vez, em Wimbledon. Na entrada, ovação do público mais nobre do circuito.
Para chegar à final, elas haviam novamente derrotado o que há de melhor no tênis. Serena jogou três horas para salvar um match point e eliminar Elena Dementieva em uma das semifinais mais emocionantes da história. Venus, que já havia batido a queridinha Ana Ivanovic, estraçalhou Dinara Safina, a número um, com humilhantes 6/1 e 6/0.
Desta vez, deu Serena, mas mais uma vez em um jogo que ficou aquém do que elas, tecnicamente, podem fazer; chatice, se comparado aos espetáculos das semifinais.
Não há dúvida de que é mágico e fantástico ver as irmãs disputando títulos, fazendo história. Dos 21 jogos, dez foram finais, e seis, semis.
Mas os duelos entram mais para a história por seu significado do que pela qualidade técnica. Há mais de dez anos, Serena disse que "a família vem em primeiro lugar, não importa quantas vezes eu enfrente minha irmã. Nada vai nos separar".
Parece ainda pensar assim. Infelizmente. Talvez a partir de agora só valha a pena ver até as semifinais.

DISTRAÇÕES
Fora das quadras, Serena esteve em programas de TV, visitou Barack Obama na Casa Branca e vai "duelar" com Shaquille O'Neil na TV. Ana Ivanovic posa para a "Vogue" e acompanha o namorado em torneio de golfe. Maria Sharapova faz ensaios fotográficos dia sim, outro também, e revela o "vício" por joias.

SUBIDA
Marcos Daniel venceu o Challenger de Bogotá. Foi seu 11º challenger na carreira -6 na capital colombiana. Thomaz Bellucci ganhou seu primeiro troféu do ano, no Challenger de Rimini (ITA). Daniel subiu 22 posições (é 75º do ranking), e Bellucci, 24 (é o 117º).

reandaku@uol.com.br


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