São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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O mundo assiste à Olimpíada

Primeiros índices de audiência mostram crescimento nos EUA e na Europa e deixam COI, que temia queda no valor dos direitos de TV, mais aliviado

DO ENVIADO A ATENAS

O Comitê Olímpico Internacional respira aliviado. Ontem, pôde mostrar números positivos, embora preliminares, sobre a audiência da TV nos Jogos. E os índices são melhores do que previa.
Os dados são da cerimônia de abertura, em 13 de agosto. Nos EUA, principal mercado, o evento atraiu 56 milhões de espectadores para a NBC. É mais do que o capítulo final do seriado "Friends", considerada "a" atração da grade norte-americana neste ano.
Os índices positivos se repetem. No Reino Unido, a festa atingiu pico de audiência de 38,1 pontos (quase 2,5 vezes a de Sydney-2000). Na França, foi a cerimônia mais vista da história, com 7,3 milhões de pessoas sentadas em frente à TV. Na Alemanha, metade do país viu o evento -três vezes mais do que há quatro anos.
Os dados referentes a dias de competição ainda estão por sair. Mas o COI comemora o início positivo. Afinal, temia uma continuação do que ocorreu em Sydney, quando, devido ao fuso horário desfavorável, as TVs registraram amargas audiências.
Em Atenas-2004, mais de 300 emissoras transmitem um total de 35 mil horas de cobertura. A audiência global estimada dos Jogos é de 3,9 bilhões de pessoas -estão contados vídeos difundidos por meio de telefonia móvel.
A venda dos direitos de imagem é a principal fonte de recursos do comitê. Se a audiência cai, o produto se desvaloriza.
A recordista de transmissão será a NBC, que, com seis canais, exibirá 1.210 horas de eventos (se levados ao ar seguidamente, durariam 50 dias). Mas a emissora viu o alarme soar, após um início de Jogos com índices titubeantes.
A rede depositou nos cofres do COI a cifra recorde de US$ 3,7 bilhões para garantir a transmissão com exclusividade nos EUA dos Jogos de 2000, 2004 e 2008 e dos de inverno de 2002 e 2006. Além disso, fez um contrato de alto risco com seus patrocinadores. Recebeu adiantado US$ 1 bilhão em receitas publicitárias, mas prometeu que, na média, a audiência de TV seria maior neste ano do que em 2000. Caso não cumpra, terá de devolver parte do dinheiro, o que pode comprometer o retorno projetado de US$ 50 milhões.
No primeiro dia de provas, porém, os aparelhos sintonizados na Olimpíada continuavam, em média, em menor quantidade do que há quatro, segundo a Nielsen Media Research. Mas tudo mudou.
Graças às finais da natação, com o duelo entre Michael Phelps (EUA) e Ian Thorpe (AUS) nos 200 m livre, e da ginástica, os americanos voltaram-se para Atenas. E os índices estouraram.
Na média, 26,9 milhões de lares do país estão sintonizados diariamente na cobertura -6 milhões a mais que o registrado em Sydney.
A estratégia da emissora envolve riscos. Ela tem exibido os grandes eventos no horário nobre -entre as 18h e as 20h. Mas as principais finais olímpicas ocorrem à tarde nos EUA. Ainda assim, a opção é não exibir ao vivo as provas mais populares, mas mostrá-las gravadas, mais tarde. O problema é a internet, que quebra o suspense. (MARCELO DIEGO)


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