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FUTEBOL
Jogadores dizem apoiar Dunga na seleção principal
Atletas julgam que o trabalho foi bem realizado e culpam a si mesmos pela derrota na semifinal
BRASIL
Diante dos belgas,
batidos por 1 a 0 na estréia, pelo consolo do bronze, às 8h
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A XANGAI
Muita gente já abandonou
Dunga, mas os jogadores da seleção brasileira olímpica que
hoje, às 8h, disputam, contra a
Bélgica, a medalha de bronze
nos Jogos de Pequim estão fechados com o treinador.
A Folha perguntou a cinco
jogadores se eles eram favoráveis à continuidade de Dunga
no time principal. Todos disseram que sim. E de forma veemente, bem diferente da burocrática resposta padrão do
mundo do futebol quando um
treinador está ameaçado.
"Ele tem que continuar. Tem
um potencial enorme e seus
números são impressionantes.
Já mostrou que é um grande
treinador", disse Lucas, que
não joga hoje, suspenso.
"Quem entrou lá no campo
foi a gente. Quem tem que assumir a responsabilidade somos nós, não o treinador. O
Dunga foi maravilhoso", afirmou o lateral-direito Rafinha.
"Estamos com ele. O Dunga
conquistou a Copa América,
antes da Olimpíada, nunca havia perdido para a Argentina,
com o time sempre jogando
bem. Não tem por que mudar
[de treinador]", falou Renan, o
goleiro titular em Pequim.
Marcelo e Jô foram outros
que aprovaram o trabalho e pediram a continuidade de Dunga, que tem como trunfo para
não ser demitido agora a proximidade dos jogos das eliminatórias para a Copa de 2010 contra o Chile e a Bolívia.
À Folha Dunga disse que esperava que os atletas o defendessem. "Comigo eles sempre
tiveram liberdade", afirmou o
treinador, que no time olímpico não mostrou a mesma disposição para arrumar entreveros com jogadores como fez na
seleção principal, especialmente com Kaká e Ronaldinho.
Este último, cuja convocação
para a Olimpíada foi imposição
de Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, ganhou status
de intocável agora com Dunga
-não foi substituído em sete
jogos (dois amistosos e cinco
duelos pelos Jogos). E também
está afinado com o treinador.
Oficialmente, a CBF diz que
Dunga segue no emprego. Em
seu site, a entidade informa
que ele fará a convocação para
os jogos das eliminatórias. A
lista deveria ser anunciada ontem, porém sairá apenas hoje.
Se a derrota para a Argentina
parece ter sido engolida por enquanto pela cúpula da CBF, a
perda da medalha de bronze
contra a frágil Bélgica tornará a
situação do treinador praticamente insustentável. Dunga
completou neste mês dois anos
como técnico da seleção brasileira. Seu antecessor, Carlos
Alberto Parreira, permaneceu
no cargo três anos e meio.
Caso ganhe o bronze, que seria a quarta medalha olímpica
do futebol masculino (o país
tem duas pratas e um bronze),
o Brasil vai a Pequim amanhã
para a premiação, que ocorrerá
depois de Argentina x Nigéria.
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