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por pouco
Sorte evita fiasco no 4 x 100 m
Com tempo pífio, equipe brasileira do revezamento se classifica à final graças à eliminação dos EUA
Com uma prata e um bronze em Mundiais, Brasil corre
semifinal em Berlim sem atletas que foram flagrados no escândalo de doping
JOSÉ EDUARDO MARTINS
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
Tradicionalmente forte no
revezamento 4 x 100 m, a equipe brasileira, desfalcada seriamente após o escândalo de doping sistemático, teve que contar com a sorte para chegar à final do Mundial de Berlim.
Se não fosse a desclassificação dos EUA, Vicente Lenilson,
Sandro Viana, Basílio de Moraes Jr. e José Carlos Moreira, o
Codó, teriam protagonizado
uma eliminação precoce do
Mundial, algo que só havia
ocorrido em duas edições do
Mundial, em 1987 e em 2005.
Nesse tipo de competição, o
revezamento 4 x 100 m brasileiro soma duas medalhas: um
bronze em Sevilha-1999 e uma
prata em Paris-2003.
A atual equipe nacional herdou a oitava e última vaga na
decisão com o tempo de 38s72,
muito acima do recorde sul-americano, de 37s90.
A final do 4 x 100 m, hoje, às
15h50, marca também o fim da
participação de Usain Bolt no
Mundial. Maiores adversários
da Jamaica, os EUA foram eliminados porque uma das passagens de bastão foi realizada
fora da área permitida.
Como a classificação do Brasil surgiu de maneira inesperada, e achando que estavam eliminados, os brasileiros deixaram o estádio desabafando.
"O problema do doping ainda
não acabou. Foi tudo muito
chato. E sabemos que ainda
tem muita coisa para acontecer. O investimento no atletismo deve diminuir, assim como
o respeito [para com os atletas].
Talvez as pessoas não acreditem mais na gente", disse Codó.
Com o escândalo, dois atletas
do revezamento que foram flagrados pelo uso de EPO (eritropoietina) -Bruno Lins e Jorge
Célio- retornaram ao Brasil.
Jayme Netto Jr., técnico que
comandou o país na conquista
dos principais resultados nessa
prova, tomou o mesmo rumo.
Ele e o também técnico Inaldo
Sena, pivôs do escândalo, foram suspensos por dois anos.
Após o anúncio do caso de
doping, a equipe Rede, até então principal investidora do
atletismo nacional, demitiu os
envolvidos e anunciou a diminuição da verba destinada ao
programa de alto rendimento.
Outro ponto negativo da
campanha brasileira em Berlim, na opinião dos velocistas,
foi o tempo de preparação.
A equipe chegou à Alemanha
no início do mês e, logo no dia 4,
Jayme deixou o comando nas
mãos de Katsuhico Nakaya.
"Chegamos atrasados e tivemos menos tempo para treinar", disse Viana. "Quando há
estagnação, é preciso investimento, principalmente em tecnologia e em intercâmbio."
Também desfalcada após o
escândalo, a equipe feminina
faz sua estreia hoje, às 15h15.
Ontem, dois brasileiros deixaram o Mundial. Na marcha
de 50 km, Mario José dos Santos Júnior desistiu. Fabiano
Peçanha ficou em 11º na semifinal dos 800 m e foi eliminado.
NA TV - Mundial de atletismo
Sportv 2, a partir das 13h30
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