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CLÁSSICO DA DÉCADA
Corinthians e São Paulo dão início hoje a
tira-teima por soberania na década que mais acirrou e esquentou a rivalidade do clássico
PAULO COBOS
DE SÃO PAULO
Dois longos tabus. Decisão
de títulos. Ânimos acirrados
dentro de campo, nas arquibancadas e entre os cartolas.
Na primeira década do século 21, Corinthians e São
Paulo viram sua rivalidade
esquentar como nunca.
E o tira-teima de quem foi
melhor no confronto direto
do período acontecerá nos
dois jogos entre os clubes
neste Campeonato Brasileiro
-o primeiro hoje, a partir das
18h30, no Pacaembu.
São 32 duelos entre os clubes no período (não entra na
conta a partida anulada pelo
STJD em 2005, uma vitória
são-paulina por 3 a 2).
E o equilíbrio é total, com
dez vitórias corintianas, dez
são-paulinas e 12 empates.
O time do Morumbi ostenta uma pequena vantagem
no número de gols marcados
-anotou 47 e sofreu 43.
Apesar de o saldo entre os
dois na década ser semelhante, o retrospecto foi construído quase sempre com um time em alta e outro em baixa.
Entre 2001 e o primeiro semestre de 2003, o Corinthians triunfou cinco vezes e
perdeu apenas duas. As vitórias corintianas foram em jogos decisivos, como em decisões do Torneio Rio-São Paulo e do Campeonato Paulista.
Série que fez Kaká sair do
Morumbi como vilão -era
acusado pela torcida de
"amarelar" nesse clássico.
Foi só ele ir embora para o
São Paulo emplacar uma longa série de quatro anos sem
perder para o Corinthians. O
tabu durou 13 jogos, com oito
vitórias são-paulinas. Tevez,
um dos ídolos corintianos na
década, deixou o clube sem
saber o que era vencer o rival.
Mas, desde que Betão marcou o gol da vitória que quebrou o jejum corintiano, em
2007, foi a vez de o São Paulo
não ganhar mais o duelo.
No Brasileiro-2010, o Corinthians vai bem, na vice-liderança. O São Paulo ocupa
agora a 13ª colocação.
Terminar a década com
vantagem no confronto direto poderia ser só um detalhe,
mas, com a temperatura da
rivalidade entre os dois clubes, isso será motivo de festa.
Não bastasse o que acontece dentro de campo, os dois
clubes fazem uma guerra sobre a sede paulista na Copa
do Mundo de 2014.
Mesmo antes da Fifa anunciar que o Morumbi estava
vetado, Andres Sanchez, o
presidente corintiano, dizia
abertamente que o estádio
estava fora do Mundial, para
irritação profunda dos principais cartolas são-paulinos.
Os clubes estiveram de lados opostos, e ambos em papéis de protagonistas, na polêmica reeleição de Fábio
Koff para a presidência do
Clube dos 13, que congrega
os principais times do Brasil.
Juvenal Juvêncio, o presidente do São Paulo, ficou ao
lado de Koff na chapa que
acabou vitoriosa. Por causa
disso, o são-paulino ganhou
a ira de Ricardo Teixeira, o
presidente da CBF, que, assim como Andres, apoiava o
derrotado Kléber Leite.
O corintiano virou então o
dirigente de clube mais próximo hoje da CBF -chefiou
até a delegação da seleção na
Copa do Mundo de 2010. E à
nova seleção cedeu seu então treinador, Mano Menezes, que saiu do Corinthians
sem perder do São Paulo.
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