São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2010

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CLÁSSICO DA DÉCADA

Corinthians e São Paulo dão início hoje a tira-teima por soberania na década que mais acirrou e esquentou a rivalidade do clássico

PAULO COBOS
DE SÃO PAULO

Dois longos tabus. Decisão de títulos. Ânimos acirrados dentro de campo, nas arquibancadas e entre os cartolas.
Na primeira década do século 21, Corinthians e São Paulo viram sua rivalidade esquentar como nunca.
E o tira-teima de quem foi melhor no confronto direto do período acontecerá nos dois jogos entre os clubes neste Campeonato Brasileiro -o primeiro hoje, a partir das 18h30, no Pacaembu.
São 32 duelos entre os clubes no período (não entra na conta a partida anulada pelo STJD em 2005, uma vitória são-paulina por 3 a 2).
E o equilíbrio é total, com dez vitórias corintianas, dez são-paulinas e 12 empates.
O time do Morumbi ostenta uma pequena vantagem no número de gols marcados -anotou 47 e sofreu 43.
Apesar de o saldo entre os dois na década ser semelhante, o retrospecto foi construído quase sempre com um time em alta e outro em baixa.
Entre 2001 e o primeiro semestre de 2003, o Corinthians triunfou cinco vezes e perdeu apenas duas. As vitórias corintianas foram em jogos decisivos, como em decisões do Torneio Rio-São Paulo e do Campeonato Paulista.
Série que fez Kaká sair do Morumbi como vilão -era acusado pela torcida de "amarelar" nesse clássico.
Foi só ele ir embora para o São Paulo emplacar uma longa série de quatro anos sem perder para o Corinthians. O tabu durou 13 jogos, com oito vitórias são-paulinas. Tevez, um dos ídolos corintianos na década, deixou o clube sem saber o que era vencer o rival.
Mas, desde que Betão marcou o gol da vitória que quebrou o jejum corintiano, em 2007, foi a vez de o São Paulo não ganhar mais o duelo.
No Brasileiro-2010, o Corinthians vai bem, na vice-liderança. O São Paulo ocupa agora a 13ª colocação.
Terminar a década com vantagem no confronto direto poderia ser só um detalhe, mas, com a temperatura da rivalidade entre os dois clubes, isso será motivo de festa.
Não bastasse o que acontece dentro de campo, os dois clubes fazem uma guerra sobre a sede paulista na Copa do Mundo de 2014.
Mesmo antes da Fifa anunciar que o Morumbi estava vetado, Andres Sanchez, o presidente corintiano, dizia abertamente que o estádio estava fora do Mundial, para irritação profunda dos principais cartolas são-paulinos.
Os clubes estiveram de lados opostos, e ambos em papéis de protagonistas, na polêmica reeleição de Fábio Koff para a presidência do Clube dos 13, que congrega os principais times do Brasil.
Juvenal Juvêncio, o presidente do São Paulo, ficou ao lado de Koff na chapa que acabou vitoriosa. Por causa disso, o são-paulino ganhou a ira de Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, que, assim como Andres, apoiava o derrotado Kléber Leite.
O corintiano virou então o dirigente de clube mais próximo hoje da CBF -chefiou até a delegação da seleção na Copa do Mundo de 2010. E à nova seleção cedeu seu então treinador, Mano Menezes, que saiu do Corinthians sem perder do São Paulo.


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