São Paulo, domingo, 22 de setembro de 2002

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Temporada 2002 do Nacional vê ascensão inédita de clubes de fora dos grandes centros do país

Brasileiro pode promover a maior festa do interior

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Campeonato Brasileiro-02 tem a grande chance de levar o poder da bola das capitais dos Estados para o interior.
Com quase metade da primeira fase realizada, os cinco times da competição que não ficam em capitais fazem bom papel e possuem chances reais de classificação às quartas-de-final.
Se pelo menos quatro passarem, já será batido o recorde de participação do interior na galeria dos oito melhores de um Nacional.
Até hoje, nunca um número superior a três agremiações de longe das capitais ficaram nesse grupo.
E só uma vez um "caipira" levantou a taça -na edição de 1978, com o campineiro Guarani.
Quem puxa a fila agora é o Juventude, de Caxias do Sul, cidade gaúcha de 360 mil habitantes.
Líder isolado da competição, o time tem quase o mesmo número de pontos (25) que, juntos, Grêmio e Inter (29), times de Porto Alegre que já levaram cinco títulos nacionais para o Rio Grande do Sul. "Ainda é muito cedo para falar de título ou classificação", diz Ricardo Gomes, o técnico que comanda o Juventude, dono da melhor defesa do certame.
Um dos clubes mais gloriosos do país, o Santos, que há muito tempo deixou de mandar jogos em São Paulo, é outra agremiação de fora das capitais em bom momento. O time começou a rodada na terceira colocação e está próximo de voltar à fase decisiva de um Brasileiro, o que não acontece desde a temporada 1998, quando também era treinado por Leão.
Pelo terceiro ano seguido, o São Caetano coloca em destaque uma cidade da região metropolitana paulista entre as melhores do principal campeonato do país.
Com um aproveitamento de 100% em seu acanhado estádio, o clube do ABC iniciou a jornada deste final de semana no sétimo posto da classificação.
"O São Caetano é um time médio", afirma Mário Sérgio, o técnico do clube, evitando colocar a equipe, duas vezes vice, na lista dos favoritos ao título nacional.
Os dois representantes de Campinas não estão longe da zona de classificação. Revigorado depois da contratação de Jair Picerni, o Guarani era o nono colocado antes do início da rodada. Isso tendo uma partida a menos do que sete dos oito adversários que estavam à sua frente na tabela.
Já a Ponte Preta ocupava o 13º lugar, também com uma partida a mais por fazer do que a maior parte de seus concorrentes.
Entre os cinco clubes de fora das capitais, o time alvinegro de Campinas foi o que colheu os melhores resultados nos últimos anos -ficou entre os oito primeiros do Brasileiro em 1999 e 2001.

Vexame
Se os interioranos brilham, boa parte dos tradicionais clubes das capitais brasileiras agonizam.
Palmeiras e Vasco começaram a rodada deste final de semana na zona de rebaixamento. O Fluminense e de novo o Palmeiras tinham as piores defesas do Nacional. E o Cruzeiro não sabe o que é ganhar dois jogos seguidos pela competição desde 2000.


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