São Paulo, domingo, 22 de setembro de 2002

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TÊNIS

Aproveitamento da equipe brasileira no Rio de Janeiro e em cidades mais ao norte do país na Davis ultrapassa os 85%

Brasil volta a utilizar calor como trunfo

Dado Galdieri/Associated Press
O canadense Frank Dancevik, que sentiu o calor do Rio e sofreu cãimbras diante de Meligeni


FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O Brasil encerra hoje, no Rio de Janeiro, o confronto com os canadenses por uma vaga no Grupo Mundial da Copa Davis valendo-se de uma antiga arma: o calor.
Em 14 vezes em que teve direito de abrigar o confronto, o Brasil escolheu como sede o Rio ou cidades situadas mais ao norte.
Desses confrontos, o Brasil saiu vitorioso de 12, o que significa um aproveitamento de 85,7%.
Quando recebeu os adversários em cidades mais ao sul da capital fluminense, o aproveitamento sofreu sensível queda. Em 30 confrontos, foram 21 vitórias (70%).
O índice de aproveitamento em sedes mais quentes é maior, por exemplo, do que o registrado em confrontos no saibro (55%), superfície na qual os brasileiros estão mais habituados a jogar.
Mesmo com a possibilidade de utilizar o clima a seu favor, o Brasil começou a se valer desse fator há relativamente pouco tempo.
De 1966, quando recebeu pela primeira vez a principal competição entre países do tênis, até o final da década de 80, o Brasil abrigou 28 confrontos.
Desses, 24 foram disputados em São Paulo ou em cidades localizadas mais ao sul, onde o clima não é fator tão preponderante.
A primeira vez que o Brasil deixou o eixo Porto Alegre-São Paulo, onde concentrou suas disputas em casa no início, foi em 1972, quando o Rio abrigou a série vitoriosa contra os venezuelanos.
O Rio apresenta um excelente aproveitamento. Em nove oportunidades em que abrigou um confronto da Davis, sem contar o atual contra o Canadá, os brasileiros saíram vitoriosos em oito.
Desde o início dos anos 90, as cidades ao norte de São Paulo passaram a ocupar mais espaço nas disputas da Davis, mas ainda seguem com desvantagem.
Das 17 disputas no Brasil, sete foram em locais mais quentes.
Nesse período, uma cidade que até então não havia abrigado nenhum confronto da Davis ganhou grande destaque.
Desde 1997, o Brasil teve o direito de jogar em casa em sete oportunidades, sendo que quatro aconteceram em Santa Catarina.
A cidade natal e local de residência de Gustavo Kuerten registrou três vitórias seguidas, contra Nova Zelândia e Romênia, pela repescagem de 1997 e 1998, e França, pela primeira rodada de 2000, mas viu sua invencibilidade ruir no ano passado. Na ocasião, a equipe australiana de Lleyton Hewitt e Patrick Rafter fez 3 a 1 e ficou com a vaga para a semifinal.

Colaborou Paulo Cobos, da Reportagem Local

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