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FUTEBOL
Depois de chamar a lei que leva seu nome de "capenga", ex-ministro ataca o primeiro código sancionado por Lula
Pelé afirma que Lei do Torcedor é utopia
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Depois de chamar a lei que leva
seu nome de "capenga", de tachar
os jogadores que têm empresários
de "burros" e de dizer que o maior
problema do futebol nacional são
os dirigentes desonestos, Pelé resolveu atacar o Estatuto do Torcedor, primeira lei sancionada por
Luiz Inácio Lula da Silva.
Em entrevista realizada para divulgar o lançamento do DVD
"Pelé Eterno", o ex-atleta respondeu assim quando questionado
sobre a lei que começou a ser elaborada ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, do qual foi
ministro extraordinário dos Esportes (1995-1998): "Eu acho uma
utopia e tudo tem que ter um tempo de adaptação".
O Estatuto do Torcedor foi sancionado em 15 de maio de 2003
sob dúvidas até do presidente da
República. "É importante ter em
conta que no Brasil há lei que pega
e lei que não pega. Para pegar, é
preciso que as pessoas responsáveis comecem a falar dela, para
que o povo seja respeitado."
O código gerou grita dos clubes,
que ainda não cumprem totalmente o que exige o código. Itens
como divulgação de público nos
estádios, fim dos convites nos torneios, proibição da mudança de
horário e datas de jogos e veto à
alteração de regulamentos têm sido cumpridos com regularidade.
Mas ainda não são todas as
agremiações que divulgam borderôs em seus sites, e o respeito à
numeração dos lugares nos estádios e monitoramento via câmera
não saíram do papel. "Determinados dispositivos são inexeqüíveis porque a lei demanda um investimento que os clubes não têm
como realizar", disse o presidente
do Clube dos 13, Fábio Koff.
Na mesma entrevista, Pelé voltou a mostrar desconhecimento
sobre outra lei promulgada na
gestão Lula, a da Moralização do
Esporte. "Qual o problema de um
clube prestar contas no final do
ano?", indagou o jogador.
Desde 2003, as agremiações são
obrigadas a publicar suas contas
em jornais de grande circulação.
Na entrevista que concedeu na semana passada para anunciar parceria com uma empresa de grama
sintética, em São Paulo, ele afirmou que os clubes estão em crise
financeira porque não há controle
público dos gastos.
Pelé insinuou ainda que houve
corrupção nas parcerias firmadas
entre Corinthians/HMTF, Flamengo/ISL e Vasco/Nations
Bank, com as quais o Atleta do Século lucrou como empresário. O
vascaíno Eurico Miranda interpelou Pelé judicialmente para que
ele explicasse a afirmação.
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