São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

resta o bronze

Brasil entrega o ouro no quarto final

Austrália começa período perdendo por 7 pontos, mas aproveita apagão brasileiro para virar e ir à decisão do Mundial

Técnico mantém Alessandra e Janeth na reserva em momento crucial e agora terá de lutar pelo 3º lugar contra as norte-americanas


ADALBERTO LEISTER FILHO
EDGARD ALVES
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Após dar lampejos de que poderia retornar a uma decisão de Mundial feminino de basquete, a seleção brasileira foi derrotada pela Austrália por 88 a 76 no ginásio do Ibirapuera.
Também perdeu sua maior chance de voltar ao topo do pódio após ver os EUA, favoritos absolutos ao título, serem eliminados mais tarde pela Rússia na outra semifinal. O time russo venceu por 75 a 68 e amanhã estará na final das 14h.
Às brasileiras, resta a disputa do bronze com as norte-americanas, também amanhã, às 9h30. O resultado de ontem também irá acirrar a disputa por vagas olímpicas. Se ganhassem o Mundial, os EUA teriam lugar assegurado. O Pré-Olímpico das Américas classifica só um time para Pequim-08.
Quem não garantir lugar disputa, às vésperas da Olimpíada, o Classificatório Mundial, que concede mais cinco vagas. Apesar dos problemas que terá de enfrentar, o Brasil se mantém entre os quatro primeiros em praticamente todos os Mundiais e Olimpíadas desde que ascendeu à condição de potência da modalidade, há 12 anos, ao ser campeão do mundo na Austrália. A exceção foi o sétimo lugar no Mundial-2002.
Ontem, a seleção usou estratégia semelhante à das quartas-de-final. O time iniciou veloz e apostando nos tiros de longa distância. Tal tática fez a técnica Jan Stirling pedir tempo para corrigir a defesa. O Brasil passou então a buscar jogadas no garrafão, com Alessandra, terminando o primeiro quarto empatado (21 a 21).
No segundo, Barbosa pôs Micaela e Erika, tentando melhorar a marcação. As mudanças deram resultado. O Brasil roubou várias bolas, forçou a Austrália a errar e foi ao intervalo na frente (40 a 39).
O terceiro quarto foi o mais brilhante da seleção. Rápido, o time também promoveu boa marcação individual contra Lauren Jackson, parando o ímpeto ofensivo da estrela australiana. Vacilante no ataque, a ala cometeu em Janeth sua terceira falta, obrigando Stirling a tirá-la. Com o apoio da torcida, foi para os dez minutos decisivos com boa vantagem: 64 a 57.
Mas o Brasil não segurou o placar. A Austrália fez defesa individual, dificultando os passes para Erika, que não conseguia se desvencilhar das rivais.
Mesmo com o time perdido no ataque e irregular na defesa, Barbosa demorou para pôr em quadra a experiente Janeth, 37, líder do grupo. "A equipe se acomodou quando colocou nove pontos de diferença. Perdemos boa chance até de aumentar o placar. Mas, no último quarto, quando acordamos, elas já tinham passado à frente", lamentou Janeth.
Barbosa voltou a errar ao apostar quase até o fim que Erika iria melhorar sua atuação. Só desistiu quando a pivô cometeu sua quarta falta. A torcida pedia em coro a volta de Alessandra, a titular, que jogava bem, apesar de uma contusão no ombro.
A atleta voltou à quadra faltando pouco mais de dois minutos para o fim, quando o time perdia por 81 a 72. O Brasil cometeu seguidas faltas, tentando brecar o cronômetro, mas a diferença só aumentou. "O triste é que é meu último Mundial", disse Alessandra, antes de chorar na entrevista coletiva.


BRASIL: Helen (3 pontos), Iziane (16), Janeth (7), Êga (9), Alessandra (13); Adrianinha (9), Micaela (9), Erika (10), Cíntia Tuiú (0);
AUSTRÁLIA: Harrower (9), Taylor (26), Snell (22), Jackson (19), Whittle (6); Bevilaqua (0), Screen (2), Grima (0), Summerton (4), McLnerny (0)


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Entrevista: Barbosa diz não aceitar as cobranças
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.