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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
Só marcação não basta
NENHUM TIME do
Brasil marca tanto
quanto o São Paulo.
E foi essa, mais uma vez, a lição do jogo contra o Sport.
Muricy se preocupou com a
defesa desde a escalação. Se o
setor mais forte do time pernambucano era o direito, com
Carlinhos Bala na ala, Jorge
Wagner tratou de anulá-lo,
muitas vezes com a cobertura
de Hugo. Resultado: Muricy
perdeu tanto Hugo quanto
Jorge Wagner para a criação.
E Zé Luis? Se foi o melhor
em campo contra o Flamengo, na ala direita, por que escalá-lo no meio? Por causa da
marcação. Zé Luis é o carrapato do elenco são-paulino e
fez Nelsinho substituir o armador Kássio no intervalo,
tão sumido ficou o armador
com o volante no seu encalço.
Mas, para sonhar com o título ou com a Libertadores, o
São Paulo precisa atacar. Já
deu o tempo de só marcar.
Eis a diferença entre os times de 2008 e 2007. Em jogos
fora de casa, contra Vasco,
Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras, a equipe do bi marcava
muito e, quando contra-atacava, matava o jogo. Este São
Paulo marca muito. E só.
Até Hugo voltou para a intermediária para ajudar na
cobertura. Acompanhado por
Andrade, tentou usar o corredor às costas de Bala, mas isso
funcionou só nos 15 minutos
finais da primeira etapa,
quando chutou uma na trave.
Muricy melhorou o time na
segunda etapa. Se Jorge Wagner não podia sair para o jogo,
preso que estava pela marcação a Bala, era Joílson quem
precisava jogar. Ele e Dagoberto apareceram mais no segundo tempo. Dagoberto saía
da área, tirava dali o zagueiro
César, que o marcou desde o
primeiro minuto. Mas ainda
faltava alguém no meio.
A pressão em busca do gol e
do sonho do tri seguiu com escanteios cobrados por Jorge
Wagner. Aquela mesma jogada mortal, que resultou no gol
de Miranda na partida do título de 2007, contra o América-RN. O mesmo tipo de cobrança que partiu do pé direito de
Souza, para Fabão conferir,
na partida que valeu a taça,
contra o Atlético-PR, em
2006. Só que dos 41 gols marcados neste Brasileiro, só 7
saíram de bola parada (17%).
Todos os candidatos ao título (e à Libertadores) anotaram mais do que o time de
Muricy de bola parada. Este
São Paulo é mesmo diferente.
Este não será campeão.
A MARCA DE FELIPÃO
O Chelsea de Luiz Felipe
marcou seu décimo gol no
Campeonato Inglês. O quinto que nasceu de bola parada. O cruzamento da intermediária apanhou Kalou no
meio da área. Vacilou a defesa do Manchester. Se o Chelsea marca 50% de seus gols
em bolas paradas, o Manchester leva 50% assim.
O QUE FALTA AO TIMÃO
O Corinthians pensa em
Brandão, que só virá se o
Shakhtar não se classificar
na Copa dos Campeões. Para
o retorno à Série A, Morais,
Douglas, Dentinho, Fabinho,
Chicão, William. Isso dá.
Emergência mesmo é contratar um centroavante que
faça gols e tenha mais capacidade de pivô que Herrera.
OS VOLANTES DO PALMEIRAS
Na função de terceiro zagueiro, Martinez não precisa da velocidade que lhe falta em alguns jogos, como segundo volante. Há
momentos em que fica sem função. Marcando Edmundo, por
exemplo, quando o atacante saía da área para jogar no meio,
Martinez passava muito tempo numa posição em que havia
pouco a fazer. Mas, posicionado como zagueiro, ele se achou.
Desarma mais, protege mais e até quando vai ao ataque, chega
como elemento-surpresa, o que torna seu apoio mais perigoso.
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