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Cartolas passam atletas à União
Equipes olímpicas permanentes das confederações são reduzidas, enquanto bolsa-atleta se expande
Prioridade do COB, seleções fixas caem 20% em número de atletas em 2007, ano do Pan-Americano do Rio, e voltam a índices de 2004
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Tidas como um dos pilares
do desenvolvimento do esporte
pelo COB, as equipes permanentes olímpicas sofreram redução nos últimos dois anos,
justamente quando ocorreram
o Pan, a preparação olímpica e
os Jogos de Pequim.
Mas cresceu o número de
atletas atendidos pelo Bolsa-Atleta, programa do governo de
auxílio financeiro a esportistas.
Em resumo, boa parte dos
atletas que eram remunerados
por confederações olímpicas,
em projetos aprovados pelo comitê, passaram a receber diretamente do governo federal.
Assim, caiu o número de esportistas ajudados pela Lei Piva, que repassa dinheiro do governo ao COB, ou por patrocinadores estatais, ligados às
confederações. No mesmo período, cresceu a fatia desses recursos gastos com a burocracia
do comitê -chegaram a R$ 23
milhões em 2007, crescimento
de quase 100% em quatro anos.
Também em 2007 houve a
queda mais significativa do total de competidores atendidos
nas equipes permanentes. A redução foi de 19,7% -de 668 esportistas para 537.
Caiu de 340 para 320 o número de atletas que recebiam
pela Lei Piva. Entre os atletas
agraciados com dinheiro de patrocinadores, a queda foi brusca: 180 para 80.
O restante dos integrantes
dos times é composto pelos que
não recebem auxílio.
Foi o segundo ano seguido
com redução das equipes permanentes das confederações,
que já haviam caído em 2006,
após atingirem o auge de 710
integrantes em 2005.
As quedas coincidem com a
criação e a expansão do Bolsa-Atleta, programa do governo
federal de auxílio direto aos
competidores, que começou
em meados de 2005. Os auxílios só se intensificaram no final daquele ano, com uma segunda lista de contemplados.
Em agosto de 2006, 273 esportistas ligados às confederações ganharam auxílio. As listas
de 2007, de outubro e dezembro, incluíram 695 desses atletas. O crescimento foi de 155%.
Com essa expansão e a retração dos auxílios das confederações, as equipes olímpicas voltaram aos patamares similares
aos de 2004. Naquele ano, o número de atletas era 502. Desses,
320 eram ajudados pela Lei Piva, mesmo número de 2007.
"Quando alguns deles passaram a receber pelo Bolsa-Atleta, pudemos ajudar outros", admitiu o presidente da Confederação Brasileira de Boxe, Luiz
Cláudio Boselli, cuja equipe foi
uma das poucas que não sofreram redução e tem 22 atletas.
"A confederação não se mete
na bolsa-atleta, que é feita em
relação direta do atleta com o
ministério", contou o presidente da Confederação de Judô,
Paulo Wanderley, que pagou
salário aos 28 atletas da seleção
em 2007, em programa que terá de ser renovado.
A equipe de atletismo sofreu
queda drástica. Eram 105 esportistas em 2006, número que
caiu para 35 em 2007. Parte do
auxílio é feito pela Caixa Econômica Federal. No ano passado, o Bolsa-Atleta incluiu 291
praticantes do atletismo nos
níveis nacional, internacional
ou olímpico. Em 2006, eram
cerca de 1/4 desse número.
Cada vez mais a manutenção
de atletas passa, de fato, às
mãos do governo federal.
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