São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

FUTEBOL

RODRIGO BUENO

@RodrigoBuenoESP
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

Neymar nem para o Real nem para o Barça

Por que Neymar tem sua carreira apontada apenas para Barça e Real Madrid?
A impressão que fica para muitos dos candidatos a melhor jogador do mundo é que há só esses dois clubes no planeta como opção.
A joia santista custa caro e, de fato, poucos são os times que podem pagar o que o Santos inteligentemente exige. Mas por que não ir para um Paris Saint-Germain?
Com o apoio do Qatar Investment Authority, dinheiro não é problema para o favorito ao título francês.
A equipe conta com um brasileiro como dirigente (Leonardo) para dar apoio ao jovem astro nacional (como fez com Kaká-melhor-do-mundo-pelo-Milan e tenta fazer com Ganso), tem reforços de peso (como Lugano e Pastore) chegando, está numa cidade bacana e, o ponto no qual quero chegar, pode consagrá-lo de vez.
Maradona teve a experiência na Europa que Pelé não quis ter. Depois de vários problemas e acidentes no Barcelona, viveu o auge num apaixonante e limitado time do sul da Itália.
Melhor do mundo no Napoli, teve tempo e espaço de sobra para brilhar na sua seleção, algo que Neymar vai dispor entre a Olimpíada do ano que vem e as Copas do Mundo de 2014, 2018, 2022...
No Barça ou no Real, o astro brasileiro teria que dividir protagonismo com outros craques (além de técnicos, dirigentes etc.). Neymar até disse, de forma exagerada, que eram tantos craques nos dois pretendentes que mal teria como ser titular.
Ronaldinho virou melhor do mundo com a camisa do Barça, ok, mas o Paris SG da época dele não permitia sonhos e voos muito altos.
Usei o PSG como exemplo, mas um Chelsea ou um Manchester City (para não dizer tradicionais como Arsenal, Bayern, Inter, Juve, Milan...) poderiam ter suas histórias mudadas com Neymar à frente, brilhando quase que de forma solo como faz no Santos (um gigante com menos mídia que rivais) hoje.
A novela da transferência de Neymar para um dos gigantes espanhóis virou uma espécie de versão século 21 da compra de Di Stéfano. E os diários esportivos da Espanha, tão alinhados com os clubes de suas cidades, espalham repórteres e notícias nem sempre confiáveis mundo afora sobre o caso.
Nos bastidores da notícia, interesses de clubes, empresários, dirigentes, marqueteiros e da própria mídia. Pense muito bem, Neymar.

DESACORDO
O governo espanhol sugeriu que Barça e Real dividissem Di Stéfano. O Barça não aceitou. Foi só do Real


Texto Anterior: Federação recua em indicação de cartola polêmico
Próximo Texto: Órfãos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.