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ATLETISMO
Em meio a movimentos antitabaco, Liu Xiang assina com empresa
Herói chinês rema contra onda e vai vender cigarro
DA REPORTAGEM LOCAL
Liu Xiang surpreendeu o mundo em Atenas ao triunfar nos 110
m com barreiras e igualar o recorde mundial -12s91. Com o ouro
no peito, virou celebridade na
China e sinônimo de sucesso.
Agora, o jovem atleta está a serviço de um dos principais alvos
do mundo esportivo: o cigarro.
Na contramão do movimento
que tenta desvincular a imagem
do tabaco da prática esportiva, o
corredor assinou contrato para
ser garoto-propaganda do grupo
Baisha, a principal companhia de
cigarro da China.
Xiang, 21, primeiro chinês a
vencer uma prova de curta distância em Olimpíadas, já apareceu em diversos anúncios impressos e comerciais de TV após a medalha e foi eleito herói asiático de
2004 pela revista "Time".
"Todos gostamos de Xiang e esperamos que ele continue progredindo, além de conservar sua
imagem saudável e luminosa",
disse Lu Ping, diretor da Baisha.
A empresa da qual Xiang será
garoto-propaganda teve faturamento de US$ 870 mi em 2002. O
valor do contrato com o campeão
olímpico não foi revelado.
A China possui aproximadamente 350 milhões de fumantes e
é o maior marcado de tabaco no
mundo -quase um terço do total
mundial. A expectativa é que 2
milhões de chineses morram por
doenças relativas ao cigarro até
2005. Por ano, de 1,8 trilhão de cigarros são vendidos no país.
Foi este mercado que ajudou na
aproximação da China com a F-1.
De alguns anos para cá, a categoria vem buscando refúgio em países que não proíbam a publicidade de sua maior fonte de renda.
A lei antitabaco varia de cidade
para cidade na China. Em Xangai
e Pequim, por exemplo, a propaganda é proibida. Em Tianjin,
permitida só em outdoors. Para o
GP de 2004, houve mudança na
legislação para viabilizar a prova.
A F-1 achou abrigo no território
chinês na fuga da Europa, onde,
com esforço da Organização
Mundial da Saúde, a propaganda
tabagista já é proibida em pontos-de-venda, outdoors e TVs.
No Brasil, a proibição foi adiada
por causa do GP Brasil, mas deve
entrar em vigor em setembro de
2005. No ano que vem, a propaganda de cigarro também deve
sumir da F-1.
Nas competições olímpicas, os
esforços começaram a dar resultado mais cedo. O Comitê Olímpico Internacional e a OMS lançaram campanha antifumo em 2001
com o objetivo de banir a propaganda de cigarro. O principal alvo
seriam os jovens.
A campanha "Esporte sem Tabaco", da OMS, começou a ser feita com o auxílio de "embaixadores" como os ex-jogadores de futebol Michael Laudrup, da Dinamarca, e Roger Milla, de Camarões. O COI promoveu os Jogos
de Inverno "non-smoking", em
Salt Lake, em 2002.
Com agências internacionais
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