São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2006

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Corinthians evoca fim do fogo amigo

Em meio a brigas internas, equipe decreta união à força para enfrentar hoje o Cruzeiro, no Pacaembu, e o rebaixamento

Leão, que escondeu time em Jarinu durante a semana, pede a atletas que visem apenas os adversários para reverter jejum de vitórias

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio a desavenças entre os atletas e a imprensa, entre os dirigentes, entre Emerson Leão e Carlos Alberto, o Corinthians diz ter selado um pacto. De guerra. Com os outros.
É dessa forma, unido à força, ao menos na aparência, que o time alvinegro vai tentar sair da zona de rebaixamento do Brasileiro hoje, às 18h10, contra o Cruzeiro, no Pacaembu.
"Nós fizemos um pacto de guerra. Se tiver um problema, que seja com os outros, e não entre nós", disse Leão
Foram seis dias de clausura em uma estância da pequena Jarinu, a 70 km da capital, cidade que se gaba pela qualidade de seu clima. Foram seis dias de treinos, apenas dois abertos à imprensa. Foram seis dias de atletas de bocas fechadas. Foram seis dias para Leão tentar, enfim, tomar as rédeas de um time que parece sem controle.
Para isso, ficou definido que só ele tem a palavra. Ao pressionar seus comandados sobre informações divulgadas pela imprensa de que haveria um complô dos atletas contra ele, o time resolveu fazer greve de silêncio com os jornalistas.
Era o que Leão queria. Virar porta-voz do grupo. Escolher as palavras mais apropriadas a ele. Movimento perigoso, ele sabe. Que pode perder força se a equipe naufragar nesta noite.
Assim como pode ruir sua decisão, à revelia de Alberto Dualib, presidente do Corinthians, e de Kia Joorabchian, mandatário da MSI, de manter o meia Carlos Alberto, terceira contratação mais cara da parceria, fora por indisciplina.
"Todos escolhem a linha de conduta que querem seguir, e você deve respeitá-la. Mas atitudes devem ser tomadas", disse Leão, ciente de que os dias no refúgio mudaram a mentalidade dos atletas, que, após a derrota para o Flamengo, acusaram uns aos outros de falta de vontade. "Foi a semana em que eu fiquei mais satisfeito. Pela tranqüilidade, pela motivação e pela preocupação do grupo em relação à situação em que nos encontramos", afirmou Leão.
Além de treinos secretos, o treinador conversou bastante com os atletas. Não só ele. Dualib passou por Jarinu também e falou bastante. Afinal, é ele quem, junto com Leão, dá as cartas no futebol do clube.
O presidente contou histórias de seus 13 anos de administração e ressaltou a importância da união no grupo.
Segundo Leão, o período de concentração no interior paulista vai encerrar o que ele chamou de "falsa rotina". "Quando você tem uma falsa rotina, é melhor que não tenha. É melhor vir um taifu [furacão, em japonês] para esperar pela calmaria", comentou o treinador.
Tanto papo com o comandante e com o presidente deve ter aguçado a preguiça dos atletas com repórteres, a ponto de terem divulgado manifesto contra a imprensa. Em certo trecho, o documento diz: "Estamos fazendo de tudo para tirar o time dessa situação". A partir de hoje, o time tenta fazer tais palavras saírem do papel.

NA TV - Corinthians x Cruzeiro
Sportv (menos para SP e RJ), ao vivo, a partir das 18h10

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