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Corinthians evoca fim do fogo amigo
Em meio a brigas internas, equipe decreta união à força para enfrentar hoje o Cruzeiro, no Pacaembu, e o rebaixamento
Leão, que escondeu time em
Jarinu durante a semana,
pede a atletas que visem
apenas os adversários para
reverter jejum de vitórias
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio a desavenças entre
os atletas e a imprensa, entre os
dirigentes, entre Emerson
Leão e Carlos Alberto, o Corinthians diz ter selado um pacto.
De guerra. Com os outros.
É dessa forma, unido à força,
ao menos na aparência, que o
time alvinegro vai tentar sair da
zona de rebaixamento do Brasileiro hoje, às 18h10, contra o
Cruzeiro, no Pacaembu.
"Nós fizemos um pacto de
guerra. Se tiver um problema,
que seja com os outros, e não
entre nós", disse Leão
Foram seis dias de clausura
em uma estância da pequena
Jarinu, a 70 km da capital, cidade que se gaba pela qualidade
de seu clima. Foram seis dias de
treinos, apenas dois abertos à
imprensa. Foram seis dias de
atletas de bocas fechadas. Foram seis dias para Leão tentar,
enfim, tomar as rédeas de um
time que parece sem controle.
Para isso, ficou definido que
só ele tem a palavra. Ao pressionar seus comandados sobre informações divulgadas pela imprensa de que haveria um complô dos atletas contra ele, o time resolveu fazer greve de silêncio com os jornalistas.
Era o que Leão queria. Virar
porta-voz do grupo. Escolher as
palavras mais apropriadas a ele.
Movimento perigoso, ele sabe.
Que pode perder força se a
equipe naufragar nesta noite.
Assim como pode ruir sua
decisão, à revelia de Alberto
Dualib, presidente do Corinthians, e de Kia Joorabchian,
mandatário da MSI, de manter
o meia Carlos Alberto, terceira
contratação mais cara da parceria, fora por indisciplina.
"Todos escolhem a linha de
conduta que querem seguir, e
você deve respeitá-la. Mas atitudes devem ser tomadas", disse Leão, ciente de que os dias no
refúgio mudaram a mentalidade dos atletas, que, após a derrota para o Flamengo, acusaram uns aos outros de falta de
vontade. "Foi a semana em que
eu fiquei mais satisfeito. Pela
tranqüilidade, pela motivação e
pela preocupação do grupo em
relação à situação em que nos
encontramos", afirmou Leão.
Além de treinos secretos, o
treinador conversou bastante
com os atletas. Não só ele. Dualib passou por Jarinu também e
falou bastante. Afinal, é ele
quem, junto com Leão, dá as
cartas no futebol do clube.
O presidente contou histórias de seus 13 anos de administração e ressaltou a importância da união no grupo.
Segundo Leão, o período de
concentração no interior paulista vai encerrar o que ele chamou de "falsa rotina". "Quando
você tem uma falsa rotina, é
melhor que não tenha. É melhor vir um taifu [furacão, em
japonês] para esperar pela calmaria", comentou o treinador.
Tanto papo com o comandante e com o presidente deve
ter aguçado a preguiça dos atletas com repórteres, a ponto de
terem divulgado manifesto
contra a imprensa. Em certo
trecho, o documento diz: "Estamos fazendo de tudo para tirar
o time dessa situação". A partir
de hoje, o time tenta fazer tais
palavras saírem do papel.
NA TV - Corinthians x Cruzeiro
Sportv (menos para SP e RJ),
ao vivo, a partir das 18h10
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