São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2006

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Brasil termina o Mundial sem ouro

Mesmo com duas atletas na final do solo, país amplia seu jejum no feminino, que não conquista medalhas desde 2003

Após ver domínio chinês, confederação festeja vagas no Pré-Olímpico, recorde de seis finais e diz que lutará por pódios no ano que vem

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

No último dia do Mundial da Dinamarca, a ginástica artística brasileira passou em branco e ampliou seu jejum no feminino, que desde 2003 não fatura uma medalha na competição.
Após bater recorde de finais (seis) e de atletas (sete) na busca por pódios, o Brasil, ao contrário de Melbourne-2005 e Anaheim-2003, fechou o Mundial sem ouro. A única conquista no torneio foi a prata de Diego Hypólito na final de solo.
Ontem, além do ginasta paulista, que ficou em quinto lugar no salto -perdeu de novo pa- ra o romeno Marian Dragulescu-, Daiane dos Santos e Laís Souza estiveram em ação no NRGi Arena, na final do solo.
Primeira a entrar no tablado, Daiane, que buscava o bi, exibiu oficialmente pela quinta vez neste ano a coreografia "Isto aqui o que é". E se superou.
Após ter tirado 15,050 e 15,150 nas primeiras apresentações no Mundial em Aarhus, a ginasta gaúcha alcançou ontem 15,425, mesma nota da britânica Elizabeth Tweddle. Contudo a pontuação não foi suficiente para levá-la ao pódio no Mundial pela primeira vez desde que fez história com o ouro inédito em Anaheim-2003.
"A Daiane subiu em 0,3 ponto a nota de partida, após mudar a primeira passada, colocando um mortal com pirueta. E ela foi muito bem, tanto que ficou só a 0,025 do pódio", disse Eliane Martins, supervisora de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica.
Em quarto lugar, Daiane, atual líder do ranking mundial no solo, acabou superada pela chinesa Fei Cheng, que venceu com 15,875. E também pela americana Jana Bieger (15,550) e pela italiana Vanessa Ferrari (15,450). As três ginastas já tinham conquistado pelo menos duas medalhas na competição.
Já Laís, que se tornou na Dinamarca a primeira brasileira a se classificar para todos os dias de finais do Mundial, foi a segunda a se apresentar, mas acabou em oitavo, com 14,750, após ter cometido um erro no início de sua coreografia ao som de "Aquarela do Brasil".
"Não fomos os únicos sem medalhas individuais no feminino. A Rússia também não levou nada. EUA, poderosos, e Alemanha, berço da ginástica, ficaram sem ouro. Para nós, a medalha não era o mais importante, e sim a vaga para o Pré-Olímpico e o recorde de finais. Foi excelente", falou Eliane.
Segundo a dirigente, o país adquiriu experiência na Dinamarca. "Vimos, por exemplo, que precisamos subir a nota de partida. Em 2007, a preparação será completamente diferente. Iremos para lutar por pódios."
O Brasil, que fechou o Mundial em nono lugar -a China venceu com folga, levando 8 dos 14 ouros do torneio-, irá priorizar agora a finalíssima da Copa do Mundo, que reunirá os oito ginastas mais bem colocados no ranking mundial de cada aparelho -no masculino e no feminino-, em dezembro, na cidade de São Paulo.


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