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Sozinho, Massa decola e troca protocolo por muro
Após saída de Schumacher, brasileiro crava melhor tempo e diz viver um sonho
De verde-e-amarelo, piloto
acredita na vitória em casa,
mas mantém compromisso
de ajudar companheiro
em luta inglória pelo octo
FÁBIO SEIXAS
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Felipe Massa mandou o protocolo para o espaço ontem.
Enquanto a delegada de imprensa da FIA tentava levá-lo à
entrevista coletiva, ele saiu correndo, subiu na mureta do pit
lane e ergueu os braços para a
torcida, que gritava seu nome.
"Massa, Massa." Como um
dia gritou para Ayrton Senna.
Como até o ano passado empurrava Rubens Barrichello.
Lá ele ficou por quase um minuto. Então, ainda com esse coro, desceu, levando uma reprimenda da funcionária da Federação Internacional de Automobilismo. Bronca que não ouviu. Porque estava nas nuvens.
Porque havia acabado de conseguir sua primeira pole position em casa com um F-1.
Contando com um problema
do único piloto capaz de ameaçá-lo -Michael Schumacher,
seu companheiro de equipe-, o
paulistano conquistou ontem a
terceira pole da carreira.
Seu tempo, 1min10s680, folga de 0s619 para o segundo colocado, Kimi Raikkonen, da
McLaren. Jarno Trulli, da Toyota, é o terceiro, seguido por
Fernando Alonso, da Renault.
Schumacher sai apenas em
décimo -isso, se não trocar o
motor, o que o jogaria para o
fundo do grid. Em suma, sem a
sombra do alemão, tem enormes chances de encerrar o jejum de 13 anos sem vitórias
brasileiras em Interlagos.
O GP Brasil, 18ª e última etapa do Mundial, começa às 14h.
"Lógico que o fato de eu sair
na pole aumenta as minhas
chances de lutar pela vitória,
mas temos que ver como vai ser
a corrida", afirmou o brasileiro,
ainda pensando na disputa do
Mundial de Pilotos. "Se o Schumacher estiver em segundo lugar, e o Alonso, fora da corrida,
eu abro para ele passar."
Ontem, tudo indicava uma
primeira fila da Ferrari no grid.
Pela manhã, no último treino
livre, Massa foi o mais veloz, seguido por Schumacher. Nos
dois primeiros blocos da sessão
oficial, o domínio se repetiu.
Na primeira parte, Massa e
Schumacher. Na segunda,
Schumacher e Massa. Então, a
surpresa: no bloco definitivo,
na hora da decisão, Schumacher começou a se arrastar pela
pista com um problema de
pressão de combustível. Voltou
aos boxes e não saiu mais.
Envergando um macacão especial para a corrida -verde-e-amarelo e que será doado ao
Hospital do Câncer de Barreto-, Massa disse estar vivendo
um sonho. "Subi no muro e vivi
algo que nunca tinha vivido. É
um dos dias mais felizes da minha vida. Nunca vou esquecer.
Comecei a correr em Interlagos
e nunca imaginei estar aqui,
numa pole, com um F-1."
Ele também tenta garantir o
terceiro lugar no Mundial. Hoje, está um ponto atrás de Giancarlo Fisichella, da Renault.
Colaborou EDGARD ALVES ,
da Reportagem Local
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