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Em seu 1º GP, estação e trem são elogiados
DA REPORTAGEM LOCAL
Setenta e seis minutos. Esse foi o tempo de uma viagem
de trem da Barra Funda, zona oeste, até a recém-inaugurada estação Autódromo,
em Interlagos, na zona sul de
São Paulo, o palco do GP Brasil. Foi a primeira vez que o
torcedor usufruiu do serviço.
Uma viagem tranqüila de
ida, com espaço sobrando
nos vagões, por R$ 2,30. Já
no desembarque em Interlagos, funcionários do sistema
alertavam os torcedores para
a compra do bilhete de volta,
pois, diferentemente da ida,
ao término da corrida a concentração de usuários permitia a hipótese de filas.
"Deixei meu carro na Barra Funda, porque lá o estacionamento era fácil", disse o
empresário Marcos Poli, 55.
Residente em Jundiaí (50
km de São Paulo), ele estava
indo para ver a F-1 pela primeira vez. Motivação semelhante pela opção do trem teve Éliner Ferreira, 24, que
esteve em todos os GPs no
autódromo paulistano.
"Vir de carro fica caro demais e se perde mais tempo",
disse Ferreira, pesquisador e
estudante de pós-graduação
de tecnologia nuclear da
USP. Para ele, a "caixinha"
para estacionar perto do circuito "é alta".
Ele usou o trem no anteontem e ontem. Aprovou. Como fã e expert da F-1, gostou
das fotos expostas no Salão
Ayrton Senna, diante das bilheterias da estação Autódromo. "Boas fotos, mas deveriam caprichar mais nas
legendas, que têm erros." Ali,
torcedores posam para fotos.
Na medida em que o trem
rodava, aumentava a presença de torcedores, colorindo
os vagões de "vermelho Ferrari". Dois deles - advogados
de Teixeira de Freitas, localidade perto de Porto Seguro
(BA)- embarcaram na Barra
Funda: Kléber Matos de Brito, 29, e Paulo Américo Barreto da Fonseca, 41. Por R$
1.000 compraram pacote
com direito a hotel e bilhete
no setor G, o mais barato.
"É muito bom, com orientação, sinalização e policiamento", apontou Brito. Rosangela Carniel, 42, também
pela primeira vez no GP, fez
questão de elogiar "a higiene" do trem e da estação.
A aventura do GP contagiou os fãs, que falavam sobre GPs passados. O automobilismo dominava a atenção.
Tanto que ninguém criticou
o mau cheiro do rio Pinheiros. Algo que nem a música
clássica ambiente nos vagões
disfarçava. (EDGARD ALVES)
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