Sobre seu futuro na F-1, espanhol lembra ter contrato por dois anos com a Mclaren, mas afirma que "tudo pode mudar"

Piloto acredita que teve mesmo tratamento dado a seu colega Lewis Hamilton, amenizando discurso de protesto de outras corridas

LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Durante boa parte da temporada, o espanhol Fernando Alonso insinuou que Lewis Hamilton era favorecido dentro da McLaren. Ontem, depois de perder o tricampeonato por um ponto -e graças ao jogo de equipe da Ferrari-, o piloto disse que não foi em São Paulo, na última prova desta temporada, que a coroa lhe escapou.
"Não perdi hoje [ontem]. Cheguei com três pontos de margem sobre o Kimi [Raikkonen] e não foi suficiente no final. Perdi pontos importantes no Canadá, quando terminei em sétimo, e no Japão, quando errei e não cheguei ao final da prova. Um ou dois pontos a mais naquelas corridas teria mudado tudo", disse ele.
Ele fez um balanço positivo de sua primeira temporada com a equipe inglesa. "No geral, foi bom. Vim da Renault, em que obtivera dois títulos, com dúvidas, pois 2006 não tinha sido uma boa temporada para a McLaren. Mas o time foi fantástico agora."
As rusgas internas também foram citadas. "Não é segredo para ninguém que tive dificuldades com a equipe. Mas isso é normal em todos os empregos", falou o piloto, que desde o GP da Hungria, em 5 de agosto, evita falar com Ron Dennis, o chefe da escuderia inglesa.
Ontem, porém, ele agradeceu a toda a equipe por tê-lo levado a quatro vitórias na temporada e destacou o segundo triunfo consecutivo em Mônaco e sua primeira vitória na pista de Monza (GP da Itália).
Na prova de Interlagos, durante nada menos que 34 voltas, a combinação dos resultados dariam o tricampeonato a Alonso. Dos postulantes, ele foi quem mais tempo teve o título nas mãos. Mesmo assim, ao avaliar o GP, o espanhol revelou que sua esperança se esvaiu nas voltas iniciais.
"Tive uma boa largada, passei o Hamilton e, depois, soube que ele teve problemas. Sabia que teria que evitar a dobradinha da Ferrari, mas hoje [ontem] não foi possível."
Alonso, 26, falou que só conseguiu seguir o ritmo dos carros vermelhos nas duas, três voltas iniciais da corrida. "Mas acredito que eles estavam preservando os pneus naquele momento. Depois, ficou impossível acompanhar o ritmo."
A alternativa, então, era simplesmente levar o carro até o final e aguardar um problema dos líderes, o que não houve.
Sobre o futuro na categoria, Alonso preferiu despistar. "Tenho contrato com a McLaren [por mais dois anos]. Mas, em 15 dias, tudo pode mudar", declarou o bicampeão de F-1.
Mais uma vez, como fizera antes da corrida, ele afirmou acreditar ter recebido o mesmo pacote técnico que Lewis Hamilton. Uma posição diferente de outros GPs, em que viu favorecimento ao inglês.
Agora, terá de esperar para ver onde correrá.

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