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mercado da bola
Brasil importa mais jogadores e perde espaço na elite
Exportações de atletas crescem em ritmo bem mais lento do que o repatriamento, repetindo a economia do país
Número de jogadores que deixam clubes brasileiros para países ricos diminui, enquanto o de regressos aumenta mais de 50%
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Exportações que crescem em
ritmo bem mais lento do que as
importações. Dificuldade de
acesso aos mercados mais ricos. Busca por novas oportunidades em países emergentes.
Tudo que é comum na balança comercial brasileira serve
para o mercado da bola.
Pela primeira vez no ano, a
CBF anunciou em seu site o
movimento oficial de transferência de jogadores.
Quase todos os negócios foram feitos até agosto, quando o
dólar seguia fraco em relação
ao real, o que beneficiava quem
queria repatriar atletas ou contratar estrangeiros.
Segundo a CBF, 1.152 jogadores deixaram clubes brasileiros
para o exterior, um crescimento de apenas 6% em relação ao
ano passado.
Caminho contrário fizeram
659 atletas, o que significa um
brutal aumento de 35% no número de repatriados e estrangeiros importados. A diferença
entre "exportados" e "importados" é de 493 atletas, a menor
dos últimos três anos.
Computando os dados de janeiro até setembro, segundo
dados do Ministério do Desenvolvimento, o número das exportações brasileiras na economia cresceu 28,7% em relação
ao mesmo período do ano passado, enquanto as importações
aumentaram 52,4%.
Mais importante ainda é a retração de mercado para os brasileiros nos países onde o futebol é mais desenvolvido ou
atletas nacionais têm larga tradição -e onde geralmente os
salários e clubes são melhores.
Em 2008, 387 jogadores brasileiros acertaram com clubes
do grupo formado por Alemanha, Espanha, Itália, Japão e
Portugal. Isso significa uma retração de 6% em relação a
2007, diferença que deve ser
mantida até o final do ano, já
que novembro e dezembro raramente registram transferências internacionais.
Situação inversa aconteceu
com jogadores que deixaram
clubes alemães, espanhóis, italianos, japoneses e portugueses
para defender uma agremiação
brasileira. Eles já são 234 neste
ano, um crescimento de estratosféricos 54% em relação a
2007, quando somaram 152.
Cartolas comemoram a oferta de jogadores interessados
em voltar ao Brasil.
"Os repatriados são jogadores que colocam o bem-estar
em primeiro lugar, abrem mão
de parte do dinheiro para ficar
mais perto da família. E nós temos que aproveitar essas oportunidades", diz André Krieger,
diretor de futebol do Grêmio.
Carlos Leite, empresário do
técnico Mano Menezes, do Corinthians, e de dezenas de jogadores, não concorda com a tese
de que a queda na qualidade
afete a exportação de brasileiros. "[Essa situação] não tem
nada a ver com falta de qualidade. É que outros mercados também estão olhando para o Brasil. E há um acúmulo de jogadores brasileiros lá fora, então a
volta é um movimento natural", diz ele, que considera
"bom" o crescimento de 6% na
transferência de atletas daqui
para clubes do exterior.
Colaborou RICARDO PERRONE,
do Painel FC
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