São Paulo, quinta-feira, 22 de outubro de 2009

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previsto

Violência infla gastos dos Jogos

História olímpica recente mostra que planos de segurança são revistos após atentados terroristas

Rio-16 espera usar R$ 2,5 bi com a proteção à cidade e prioriza combate ao crime, mas dossiê não conta com detalhes sobre operações

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Se não ameaça a realização dos Jogos-2016 na cidade, a onda de violência no Rio de Janeiro deve provocar incremento no plano de segurança para o evento, com o aumento de gastos nesta área. Novos episódios mais próximos da Olimpíada tornarão certa essa revisão.
É o que demonstram as experiências de Atenas-2004, Pequim-2008 e de Londres-2012, que está em fase de organização. Nos três casos, episódios de violência, não necessariamente nas cidades, aumentaram o aparato de segurança proposto pela candidatura.
A cidade chinesa foi escolhida para sediar os Jogos em julho de 2001, dois meses antes do atentado terrorista em Nova York. O ataque redobrou a atenção dos chineses.
Oficialmente, era previsto gasto de R$ 520 milhões nesta área. A China nunca divulgou o custo final. Mas especialistas da indústria de segurança o estimam em R$ 11,4 bilhões.
Londres foi escolhida sede olímpica em 2005, um dia antes de atentado terrorista na cidade que matou 52 pessoas.
O atual orçamento está em R$ 2,25 bilhões, cerca de um terço maior do que o inicial. Mas, nos bastidores, organizadores dos Jogos admitem que o valor pode dobrar.
"Ninguém sabe ao certo quanto vai ser gasto no final, porque tudo depende da situação: se acontecerem ataques como os de Mumbai [na Índia], especialmente se forem próximos do país, vão ter que reforçar a segurança de novo", afirmou o membro do COI Denis Oswald, que é o coordenador dos Jogos de Londres na entidade, no final do ano passado.
O dirigente ressaltou que Atenas já aumentara sua segurança por causa do atentado de Madri, em março de 2004.
O plano do Rio-2016 só dedica três parágrafos ao terrorismo, pelo "baixo" risco. Mas tem quase uma página sobre crime.
Até agora o conflito do tráfico de drogas na cidade já matou 34 pessoas. Epicentro da violência, o morro dos Macacos está a 3,7 km do Maracanã, sede da abertura da Olimpíada.
O plano olímpico lista projetos dos governos para reduzir o crime. Mas há poucos detalhes sobre o esquema para os Jogos.
"As áreas de maior incidência de crimes serão identificadas, e planos de redução da criminalidade específicos para essas áreas serão traçados", diz. Haverá prioridade para áreas frequentadas por atletas, dirigentes e visitantes estrangeiros.
O orçamento do Rio-2016 para a segurança é de R$ 2,5 bilhões. Cerca de um terço é para a operação dos Jogos, e outros dois terços para investimentos.
"O Comitê Rio-2016 tem plena confiança na qualidade do projeto de segurança elaborado em parceria com os três níveis de governo apresentado ao Comitê Olímpico Internacional. As propostas foram analisadas e aprovadas pelo COI, que não propôs alterações", explicou o comitê olímpico carioca.


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