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previsto
Violência infla gastos dos Jogos
História olímpica recente mostra que planos de segurança são revistos após atentados terroristas
Rio-16 espera usar R$ 2,5 bi com a proteção à cidade e prioriza combate ao crime, mas dossiê não conta com detalhes sobre operações
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Se não ameaça a realização
dos Jogos-2016 na cidade, a onda de violência no Rio de Janeiro deve provocar incremento
no plano de segurança para o
evento, com o aumento de gastos nesta área. Novos episódios
mais próximos da Olimpíada
tornarão certa essa revisão.
É o que demonstram as experiências de Atenas-2004, Pequim-2008 e de Londres-2012,
que está em fase de organização. Nos três casos, episódios
de violência, não necessariamente nas cidades, aumentaram o aparato de segurança
proposto pela candidatura.
A cidade chinesa foi escolhida para sediar os Jogos em julho de 2001, dois meses antes
do atentado terrorista em Nova
York. O ataque redobrou a
atenção dos chineses.
Oficialmente, era previsto
gasto de R$ 520 milhões nesta
área. A China nunca divulgou o
custo final. Mas especialistas
da indústria de segurança o estimam em R$ 11,4 bilhões.
Londres foi escolhida sede
olímpica em 2005, um dia antes de atentado terrorista na cidade que matou 52 pessoas.
O atual orçamento está em
R$ 2,25 bilhões, cerca de um
terço maior do que o inicial.
Mas, nos bastidores, organizadores dos Jogos admitem que o
valor pode dobrar.
"Ninguém sabe ao certo
quanto vai ser gasto no final,
porque tudo depende da situação: se acontecerem ataques
como os de Mumbai [na Índia],
especialmente se forem próximos do país, vão ter que reforçar a segurança de novo", afirmou o membro do COI Denis
Oswald, que é o coordenador
dos Jogos de Londres na entidade, no final do ano passado.
O dirigente ressaltou que
Atenas já aumentara sua segurança por causa do atentado de
Madri, em março de 2004.
O plano do Rio-2016 só dedica três parágrafos ao terrorismo, pelo "baixo" risco. Mas tem
quase uma página sobre crime.
Até agora o conflito do tráfico
de drogas na cidade já matou 34
pessoas. Epicentro da violência, o morro dos Macacos está a
3,7 km do Maracanã, sede da
abertura da Olimpíada.
O plano olímpico lista projetos dos governos para reduzir o
crime. Mas há poucos detalhes
sobre o esquema para os Jogos.
"As áreas de maior incidência
de crimes serão identificadas, e
planos de redução da criminalidade específicos para essas
áreas serão traçados", diz. Haverá prioridade para áreas frequentadas por atletas, dirigentes e visitantes estrangeiros.
O orçamento do Rio-2016
para a segurança é de R$ 2,5 bilhões. Cerca de um terço é para
a operação dos Jogos, e outros
dois terços para investimentos.
"O Comitê Rio-2016 tem plena confiança na qualidade do
projeto de segurança elaborado
em parceria com os três níveis
de governo apresentado ao Comitê Olímpico Internacional.
As propostas foram analisadas
e aprovadas pelo COI, que não
propôs alterações", explicou o
comitê olímpico carioca.
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